quarta-feira, 25 de julho de 2018

Santas Missões em Dom Pedrito

  A missão é um tempo de construir o ser humano novo, consciente e integrado numa Comunidade, capaz de assumir sua vida e a vida dos outros como um ser evangélico. É uma experiência diferente, que exige de nós uma boa preparação. Em meio a tantas ocupações, angústias e dificuldades, queremos parar para refletir, rever nossa vida, renovar nossa fé e nos comprometer mais com Jesus Cristo.

    Missões é um tempo intenso do anúncio da Boa Nova; é Deus chegando; é um tempo forte de evangelização na nossa Paróquia, nas Comunidades, nos grupos de famílias e na nossa sociedade.

   É uma experiência de parar, olhar, pensar, perdoar, rezar e escutar. Parar para refletir e revisar a VIDA.
   É uma experiência de rezar. A vida humana e cristã não teria sentido sem oração e sem o encontro pessoal e comunitário com nosso Deus.

Missão é uma experiência de renovar a vida e celebrar diariamente a Palavra de Deus. É o tempo de denunciar os erros que acontecem ao redor de nós e anunciar o Evangelho de Nosso Senhor.

A Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, de Dom Pedrito, estará realizando suas Santas Missões Franciscanas a partir do dia três de agosto, com a seguinte programação:

·        De 03 a 08 de agosto:
o   Comunidades Gianelli (Vila Arrué),
o   Sagrada Face
o   São Domingos (Três Vendas).
·        De 10 a 15 de agosto:
o   Comunidades Santa Maria,
o   Sagrado Coração de Jesus
o   Nossa Senhora Aparecida (Sucessão dos Moraes).
·        De 17 a 22 de agosto:
o   Comunidades Nossa Senhora de Fátima (Santuário),
o   Santa Rita de Cássia,
o   São Gregório
o   São Roque (Campo Seco).
·        De 24 a 29 de agosto:
o   Comunidade Matriz (Centro),
o   São João Batista,
o   São Francisco de Assis,
o   Santa Teresinha
o   Santo Antônio.
·        Dia 01 de setembro: grande celebração de Ação de Graças, às  
quinze horas, num sábado à tarde, em frente à Igreja Matriz.




quarta-feira, 18 de julho de 2018

São Cristovão

        São Cristóvão é do terceiro século. Foi martirizado por volta do não 250. É um santo muito venerado em toda a parte, em todos os países da Europa e também no Brasil. Existem muitas igrejas e paróquias dedicadas a este santo. Não obstante esta popularidade, que acompanha a figura de São Cristóvão, bem pouco se sabe de sua vida.
           O que se sabe com certeza é que Cristóvão foi um homem de estatura extraordinariamente alta, de uma força hercúlea. Uma vez convertido à religião de Cristo, se fez apóstolo de Cristo na Lícia, onde, sob o governo do imperador Décio sofreu o martírio por causa de sua fé. De certo modo, historicamente, é isso que se sabe.
          O restante é tradição, é estória. Mas estória muito edificante, que vale a pena ser conhecida e divulgada.
         Recebeu o nome de Cristóvão depois de sua conversão. E Cristóvão quer dizer carregador, o portador de Cristo, aquele que transporta Cristo.
         Era uma pessoa de muita força física, um verdadeiro Golias. Guerreiro por natureza e profissão, era temido por todos e a fama que a seu respeito se espalhara era de ser ele um indivíduo indomável e invencível. Sua presença era garantia de vitória para o exército de que se tivesse feito soldado. Todos queriam tê-lo no seu lado, no seu exército. Por sua vez, cansado de servir e beneficiar os caprichos, ora de um, ora de outro magnata, pôs-se a caminho em procura do mais poderoso, por todos como tal considerado e temido, de um monarca afinal, de quem o medo fosse coisa desconhecida.
          Entre todos os governantes, entre todos os guerreiros, por mais corajosos que se mostrassem, não encontrou um que não se acovardasse diante de Satanás, e ao ouvirem pronunciar este nome, todos se dobravam.
        Mas descobriu que diante da Cruz, todos se dobravam. Ninguém, nem Satanás, queria se encontrar com o sinal da salvação. Vendo isto, Cristóvão não se conteve, e sem mais nem menos, se demitiu e foi à procura do rei em cujas armas figurasse o sinal da cruz.
           A um eremita se dirigiu, e este lhe deu o conselho de se entregar a Jesus Cristo. – “De que maneira hei de servir a esse Senhor?”, perguntou ao eremita. A resposta foi: - “Jejuando, rezando e meditando!” O gigante respondeu: - “Jejuar não aguento, para rezar e meditar não tenho jeito.” – “Pois bem, replicou o eremita, pratica então o bem, pratica a justiça, ajude aos pobres, aos mais necessitados. Veja, aqui perto passa o rio. Não há ponte e muita gente morre afogada quando tentam atravessar a água que é funda. Oferece os teus serviços a essa pobre gente; leve as pessoas, transportando-as para o outro lado. Terás as orações dos beneficiados e a bênção de Deus em paga do teu trabalho!”
         Cristóvão imediatamente depôs as armas e entrou no serviço da caridade, atendendo os viajantes, quer de dia, quer de noite.
            Aconteceu que certa noite ouvisse a voz de um menino chamando. Era uma linda criança a pedir-lhe o favor de a transportar para o outro lado do rio. Sem mais demora, o gigante ajeitou o menino sobre os ombros e entrou com ele na água. Dados alguns passos, o carregador com espanto via o rio crescendo assustadoramente, e não só isso: o menino, que seus ombros sustentavam, e que a princípio parecia leve como uma pena, tornou-se-lhe pesado; tão pesado que a muito custo conseguiu chegar à outra banda do rio.
            Todo assustado, perguntou ao menino: - “Que coisa é essa? Parecia-me carregar o peso do mundo inteiro!” Sorridente, o menino lhe respondeu: - “Muito mais que o mundo inteiro! Tu carregaste não o mundo, mas o Criador do mundo, o Criador do céu e da terra. Fizeste uma obra de misericórdia e misericórdia achaste. Teus pecados te são perdoados. Doravante serás meu apóstolo. E teu nome será Cristóvão, que significa: aquele que carrega Cristo!”
           Por causa de sua fé, Cristóvão recebeu, como muitos outros cristãos, uma enorme perseguição. Como permanecesse firme na fé e na prática da justiça e na busca da verdade, foi torturado barbaramente, até que foi decapitado. Foi mais um que deu sua vida por causa de sua fé!
São Cristóvão é para nós o exemplo de alguém que serviu totalmente aos outros, porque via neles o próximo, o irmão que precisava de ajuda. Porque via no outro a imagem de Cristo. É exemplo para nos de alguém que praticou a justiça, a caridade e que sempre buscou a verdade, até encontrá-la no serviço aos outros.
São Cristóvão é considerado o padroeiro dos motoristas porque estes também têm a missão de carregarem, em seus carros, pessoas, irmãos e irmãs nossos, que merecem respeito, que têm dignidade, que são imagem e semelhança de Deus. Que cada motorista, espelhado no exemplo de seu padroeiro, seja um portador de Cristo. Que cada motorista seja o exemplo de pessoa que busca a verdade, que pratica a justiça, que se deixe guiar pela graça e pela força do Espírito de Deus.
           

terça-feira, 10 de julho de 2018

O profeta não é bem recebido em sua casa


           O Evangelho nos faz refletir sobre o mistério da salvação que vem para todos. O povo de Israel foi o povo da antiga aliança, que começou com Abraão e seus descendentes. Deus se revelou de uma forma extraordinária para este povo humilde, nômade e pouco numeroso. Todas as grandes nações da época acreditavam em vários deuses. Eram povos de cultura, mas de uma religiosidade que não alcançava a altura do povo hebreu. Daí se pode deduzir a certeza de uma “revelação particular” de Deus a este povo. Dentro do mistério da salvação da humanidade, o povo de Israel teve uma função essencial. Aos poucos esta revelação particular vai dando lugar a uma revelação universal que será finalizada na graça de Pentecostes com a vinda do Espírito Santo que irá esclarecer o sentido da vinda de Cristo. As pessoas que aceitam o plano de Deus anunciado por Jesus Cristo, ao serem batizadas, começam a participar automaticamente do mistério cristão. Já não temos uma religião ligada a uma cultura específica, mas a uma prática que é orientada pela ação direta do Espírito Santo.

            Jesus reclama a falta de aceitação de sua pessoa entre os seus conterrâneos. Talvez não fosse fácil para o povo admitir que uma pessoa simples como ele pudesse ter tanta sabedoria. Mais ainda, que um homem tivesse a natureza divina. Em vez de crerem na intervenção direta de Deus, questionam a origem de seu saber. Como a revelação de Deus é misteriosa por sua própria natureza, Jesus dá exemplos de outras pessoas que não faziam parte do povo e que foram salvas. Esta lição serve para nós também que já recebemos o batismo e somos o povo da nova aliança. Devemos nos questionar sobre a forma de aceitação da pessoa de Jesus dentro de nossa vida. Os cristãos são chamados a uma prática com base na experiência de amor provocada em suas vidas pela amizade com Jesus. Aceitá-lo como nosso salvador e amigo, que caminha conosco em todos os momentos de nossa vida é essencial para nossa salvação.

            O Espírito Santo em Pentecostes irá universalizar definitivamente a mensagem de Jesus que não será só do povo de Israel, mas de todos aqueles que descobrem a realidade de que somos profundamente amados por Deus. Cabe a nós aceitarmos e anunciarmos a Cristo com todas nossas forças. Ele deve ser bem recebido na sua casa que é o nosso coração e dentro da realidade em que estamos vivendo.

            O profeta é enviado por Deus. A sua missão não é escolhida ou determinada segundo suas conveniências, mas pelo próprio Deus, conforme as necessidades. Muitas vezes ele vai falar coisas que os outros não vão gostar de ouvir. Aí começa a perseguição ao profeta. Mas quem tem consciência de quem recebeu esta missão de Deus não desiste de profetizar.

            A profecia bíblica é assim: de um lado, denuncia o que está errado e mostra as consequências disso na vida do povo de Deus. Por isso convoca para a conversão. De outro lado, anuncia a mudança, a libertação que certamente acontecerá. Por isso infunde esperança.



quarta-feira, 4 de julho de 2018

Irmãos de sangue


          A grande Boa Nova que o Evangelho de Jesus Cristo veio anunciar, que é a essência do Cristianismo, é muito simples: Deus é Pai, nós somos seus filhos e filhas e, portanto, irmãos e irmãs entre nós. O Evangelho está todo aqui. O que devemos fazer é viver esta verdade e colocá-la em prática.
              Parece simples, porém na prática a gramática é outra, diz o ditado. Nem sempre é fácil viver em fraternidade, como família, como irmãos e irmãs de sangue, filhos e filhas do mesmo Pai.
            Aliás, a expressão “de sangue” nos remete a uma anedota de Dom Hélder Câmara, contada por ele mesmo numa entrevista que encontramos no filme de Érica Bauer, "Dom Helder - O Santo Rebelde". Certa vez, o arcebispo de Recife teve que interceder junto a um lojista pedindo emprego para um “seu irmão”, um pobre pai de família. O lojista, depois de atender com muita solicitude ao pedido do bispo, percebeu logo de ter sido “enganado”. “O senhor me enrolou”, disse o empresário para Dom Hélder, “o homem não é seu irmão coisa nenhuma”. “Mas como ...”, respondeu o prelado: “filhos do mesmo Pai, não são irmãos?”. O homem retrucou: “Sim, eu sei o que o senhor quer dizer com isso: mas eu tinha entendido que eram irmãos de sangue”. “Pois é”, insistiu Dom Hélder, “o sangue que Cristo derramou para mim, derramou para ele também: então, somos irmãos de sangue”.
             Esta é a grande lição e o grande ensinamento do Cristianismo. Aqui também reside a grande solução para os problemas do universo. No dia em que realmente nos dermos conta de todos somos “irmãos de sangue”, filhos de um mesmo Pai, então as relações humanas seriam diferentes e não haveria mais violências, explorações, intolerâncias, discriminações, preconceitos, ditaduras...
           Vivemos no mundo para sermos felizes. E a felicidade não a construímos sozinhos, mas juntos. O segredo da felicidade não está “em sermos felizes” mas sim em “fazermos os outros felizes”.
            Ninguém é feliz sozinho. Quanto mais soubermos nos relacionar com os outros, construindo relações equilibradas, tanto mais a humanidade será justa, fraterna e solidária. Faltou dizer que a filiação divina e a relação fraternal entre nós, faz-nos “donos” do mundo, e não “escravos”. Isto implica dizer que o Pai criou o mundo, com tudo o que nele existe, para TODOS e TODAS, e não só para alguns.