São Cristóvão é do terceiro século. Foi martirizado por volta do não 250. É um santo muito venerado em toda a parte, em todos os países da Europa e também no Brasil. Existem muitas igrejas e paróquias dedicadas a este santo. Não obstante esta popularidade, que acompanha a figura de São Cristóvão, bem pouco se sabe de sua vida.
O que se sabe com certeza é que Cristóvão foi um homem de estatura extraordinariamente alta, de uma força hercúlea. Uma vez convertido à religião de Cristo, se fez apóstolo de Cristo na Lícia, onde, sob o governo do imperador Décio sofreu o martírio por causa de sua fé. De certo modo, historicamente, é isso que se sabe.
O restante é tradição, é estória. Mas estória muito edificante, que vale a pena ser conhecida e divulgada.
Recebeu o nome de Cristóvão depois de sua conversão. E Cristóvão quer dizer carregador, o portador de Cristo, aquele que transporta Cristo.
Era uma pessoa de muita força física, um verdadeiro Golias. Guerreiro por natureza e profissão, era temido por todos e a fama que a seu respeito se espalhara era de ser ele um indivíduo indomável e invencível. Sua presença era garantia de vitória para o exército de que se tivesse feito soldado. Todos queriam tê-lo no seu lado, no seu exército. Por sua vez, cansado de servir e beneficiar os caprichos, ora de um, ora de outro magnata, pôs-se a caminho em procura do mais poderoso, por todos como tal considerado e temido, de um monarca afinal, de quem o medo fosse coisa desconhecida.
Entre todos os governantes, entre todos os guerreiros, por mais corajosos que se mostrassem, não encontrou um que não se acovardasse diante de Satanás, e ao ouvirem pronunciar este nome, todos se dobravam.
Mas descobriu que diante da Cruz, todos se dobravam. Ninguém, nem Satanás, queria se encontrar com o sinal da salvação. Vendo isto, Cristóvão não se conteve, e sem mais nem menos, se demitiu e foi à procura do rei em cujas armas figurasse o sinal da cruz.
A um eremita se dirigiu, e este lhe deu o conselho de se entregar a Jesus Cristo. – “De que maneira hei de servir a esse Senhor?”, perguntou ao eremita. A resposta foi: - “Jejuando, rezando e meditando!” O gigante respondeu: - “Jejuar não aguento, para rezar e meditar não tenho jeito.” – “Pois bem, replicou o eremita, pratica então o bem, pratica a justiça, ajude aos pobres, aos mais necessitados. Veja, aqui perto passa o rio. Não há ponte e muita gente morre afogada quando tentam atravessar a água que é funda. Oferece os teus serviços a essa pobre gente; leve as pessoas, transportando-as para o outro lado. Terás as orações dos beneficiados e a bênção de Deus em paga do teu trabalho!”
Cristóvão imediatamente depôs as armas e entrou no serviço da caridade, atendendo os viajantes, quer de dia, quer de noite.
Aconteceu que certa noite ouvisse a voz de um menino chamando. Era uma linda criança a pedir-lhe o favor de a transportar para o outro lado do rio. Sem mais demora, o gigante ajeitou o menino sobre os ombros e entrou com ele na água. Dados alguns passos, o carregador com espanto via o rio crescendo assustadoramente, e não só isso: o menino, que seus ombros sustentavam, e que a princípio parecia leve como uma pena, tornou-se-lhe pesado; tão pesado que a muito custo conseguiu chegar à outra banda do rio.
Todo assustado, perguntou ao menino: - “Que coisa é essa? Parecia-me carregar o peso do mundo inteiro!” Sorridente, o menino lhe respondeu: - “Muito mais que o mundo inteiro! Tu carregaste não o mundo, mas o Criador do mundo, o Criador do céu e da terra. Fizeste uma obra de misericórdia e misericórdia achaste. Teus pecados te são perdoados. Doravante serás meu apóstolo. E teu nome será Cristóvão, que significa: aquele que carrega Cristo!”
Por causa de sua fé, Cristóvão recebeu, como muitos outros cristãos, uma enorme perseguição. Como permanecesse firme na fé e na prática da justiça e na busca da verdade, foi torturado barbaramente, até que foi decapitado. Foi mais um que deu sua vida por causa de sua fé!
São Cristóvão é para nós o exemplo de alguém que serviu totalmente aos outros, porque via neles o próximo, o irmão que precisava de ajuda. Porque via no outro a imagem de Cristo. É exemplo para nos de alguém que praticou a justiça, a caridade e que sempre buscou a verdade, até encontrá-la no serviço aos outros.
São Cristóvão é considerado o padroeiro dos motoristas porque estes também têm a missão de carregarem, em seus carros, pessoas, irmãos e irmãs nossos, que merecem respeito, que têm dignidade, que são imagem e semelhança de Deus. Que cada motorista, espelhado no exemplo de seu padroeiro, seja um portador de Cristo. Que cada motorista seja o exemplo de pessoa que busca a verdade, que pratica a justiça, que se deixe guiar pela graça e pela força do Espírito de Deus.