Um Olhar de Fé:
Estamos tristes. O Brasil está doente.
Uma doença que nos faz refletir e buscar a cura. Que país nós queremos? Que
progresso precisamos? Que tipo de política e de políticos que nós necessitamos?
Vivemos uma profunda crise
ética, política, econômica e institucional. “A superação da grave
crise vivida no Brasil exige o resgate da ética na política que desempenha
papel fundamental na sociedade democrática. Urge um novo modo de fazer
política, alicerçado nos valores da honestidade e da justiça social. Lembramos
a afirmação da Assembleia Geral da CNBB: ‘O desprezo da ética leva a uma
relação promíscua entre os interesses públicos e privados, razão primeira dos
escândalos da corrupção’”. (Nota Oficial
da Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Pela Ética na
Política, de 19 de maio).
Recordamos também as palavras do Papa
Francisco: “Na vida pública, na política, se não houver a ética, uma ética de
referimento, tudo é possível e tudo se pode fazer” (Roma, maio de 2013). Além
disso, é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o
Estado democrático de direito.
Na última Assembleia Geral, os bispos
brasileiros divulgaram uma nota sobre o grave momento nacional: “neste momento,
mais uma vez, o Brasil se defronta com uma conjuntura desafiadora. à tona
escândalos de corrupção sem precedentes na história do país. É verdade que
escândalos dessa natureza não tiveram início agora; entretanto, o que se revela
no quadro atual tem conotações próprias e impacto devastador. São cifras que
fogem à compreensão da maioria da população. Empresários, políticos, agentes
públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra
seu preço.
Quem paga pela corrupção? Certamente são os pobres,
“os mártires da corrupção” (Papa Francisco). Como pastores, solidarizamo-nos
com os sofrimentos do povo. As suspeitas de corrupção devem continuar sendo
rigorosamente apuradas. Os acusados sejam julgados pelas instâncias competentes,
respeitado o seu direito de defesa; os culpados, punidos e os danos,
devidamente reparados, a fim de que sejam garantidas a transparência, a
recuperação da credibilidade das instituições e restabelecida a justiça.
A forma como se realizam as campanhas eleitorais
favorece um fisiologismo que contribui fortemente para crises como a que o país
está enfrentando neste momento.”
Pedimos às nossas comunidades
que participem responsável e pacificamente da vida política, contribuam para a
realização da justiça e da paz e rezem pelo Brasil.
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