Nossa vida está marcada por
ritmos, datas, estações, festas e ritos... Assim também a liturgia assume esta
cadência, celebrando e festejando. Quem dá o compasso são dois fatos, em torno
do qual andamos: Natal e Páscoa.
Em
torno e a partir destes acontecimentos, vamos vivendo e celebrando. Como faz
bem festejar e celebrar a Páscoa, com sua preparação e seu pós, que nos traz a
Ascensão do Senhor (quarenta dias após), o Pentecostes (cinquenta dias após) e
a celebração do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – o Corpus Christi -,
sessenta dias após a Páscoa do Senhor.
Podemos
dizer que a solenidade de Corpus Christi constitui um desdobramento da
Quinta-feira Santa. Quer comemorar a presença de Cristo em sua Igreja como
“Sacrifício Eucarístico de seu Corpo e Sangue, memorial de sua Morte e
Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade,
banquete pascal, em Cristo nos é comunicado em alimento, o espírito é repleto
de graça e nos é dado o penhor da futura glória” (Concílio Vaticano II,
Constituição Sacrosantum Concilium,
n. 47).
Em
cada Missa, após as palavras da narração da instituição da Eucaristia, o
sacerdote exclama: “Eis o mistério da fé!” Sim, a Eucaristia celebra toda a fé
cristã, todo o mistério de Cristo e da Igreja.
Por
isso, o mistério da Eucaristia é inesgotável. Poderia ser abordado de mil
maneiras. Podemos enfoca-la, porem em dois aspectos: ela é ação de graças e
Ceia do Senhor.
Ação de
graças como sacrifício, pois se trata de um sacrifício memorial, de um
sacrifício de ação de graças. Este aspecto expressa-se sobretudo pela Oração
Eucarística. Nela a Igreja louva ao Pai pelas maravilhas realizadas por Cristo,
no Espírito Santo. Em Deus Pai ela comemora sobretudo a obra da criação; em
Cristo, a obra da redenção. E no Espírito Santo, a obra da santificação. Ela dá
graças, isto é, louva, bendiz, agradece ao Pai. Comemora a obra do Filho e
invoca o Espírito Santo para que a leve à perfeição.
Comemorando
a obra sacrifical do Filho, ela a torna presente hoje, não mais de modo
cruento, mas como sacrifício memorial. Na ação de graças, expressa-se a atitude
sacrifical de Cristo e da Igreja. “Recordando, pois, a Morte e a Ressurreição
de Cristo, nós vos oferecemos este sacrifício de vida e santidade”.
Vendo a
Missa como Ceia do Senhor, consideramos mais as duas outras partes: a
preparação das oferendas e a Comunhão. Aqui poderíamos considerar toda a
riqueza de significado de uma ceia de amigos ou de uma ou de uma ceia fraterna,
símbolo de encontro, de amizade, de felicidade, comunhão, aliança e
compromisso, de intimidade e de confiança, de convívio e de vida, para só
lembramos alguns aspectos da ceia fraterna.
Na Eucaristia,
Deus mesmo se faz alimento. Ele realiza aquela aspiração mais profunda do ser
humano de participar da vida divina. Na Eucaristia, Deus vem ao encontro desse
desejo humano. Por isso, demos graças ao Senhor, nosso Deus! É nosso dever e
nossa salvação!
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