Atendendo ao desejo
do próprio Jesus, que na oração sacerdotal (João 17), pede que ao Pai “para que
sejam um como nós”, as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas
Cristãs do Brasil (CONIC), promovem a Semana de Oração pela Unidade Cristã, de
13 a 20 de maio, semana entre a Ascensão do Senhor aos Céus e o Pentecostes.
O tema escolhido para
este ano vem das Igrejas do Caribe e nos convidam a refletir sobre a presença
de Deus, guiando, sustentando e libertando nossos povos. O lema está inspirado
no texto do Êxodo capítulo 15, a partir do canto de Miriam e Moisés: A mão de Deus nos une e liberta.
A contínua esperança e coragem que
Deus deu aos hebreus continua a trazer esperança a todos os povos. E cada vez
mais é necessário somar forças, dar testemunho, trabalhar juntos para prestar
solidariedade a todos os necessitados, principalmente aos mais vulneráveis.
Na apresentação dos
subsídios para a Semana de Oração, os dirigentes do CONIC afirmam “que Deus é
Deus de libertação. No Êxodo vemos como Ele não aceitou a escravidão do povo
hebreu pelo Egito. Deus ouviu o clamor e solidarizou-se com o sofrimento do seu
povo escravizado. A sua solidariedade foi política no sentido de desafiar as
pessoas escravizadas a se organizarem para a libertação. A mão de Deus não foi
assistencialista, nem foi conformista. Ela movimentou as pessoas para se unirem
e se organizarem para sair da dominação a que estavam submetidas.”
E continuam nossos
dirigentes do Conselho de Igrejas Cristãs: “Muitas vezes pensamos que o
trabalho escravo é algo que pertence ao passado. Infelizmente, isso não é
verdade. O trabalho escravo ainda hoje é realidade. No ano de 2017, lemos nos
ornais sobre o leilão de pessoas refugiadas como escravas realizado na Líbia.
No Brasil, o trabalho escravo não findou com a Lei Áurea. Ainda hoje são
descobertas pessoas obrigadas a se submeterem a condições de trabalho análogas
à escravidão. Em 20127, foi publicada a Portaria MTB No. 1129 que alterou as
regras que combatiam o trabalho escravo. Segundo a Portaria, para poder
caracterizar um trabalho como análogo à escravidão, é necessário que a pessoa
tenha reduzido o seu direito de ir e vir. As demais variáveis presentes em um
trabalho análogo à escravidão, sozinhas, não são mais considerados elementos
suficientes para caracterizar o trabalho escravo, entre elas: trabalho forçado,
jornada exaustiva e condições degradantes.”
O tema da Semana de
Oração pela Unidade nos desafia e desacomoda. Ele tira o véu de realidades
escondidas, invisibilidades e que nos incomodam. A fé em Jesus Cristo e seu
Reino abre nossos olhos para o sofrimento dos irmãos e irmãs provocando-nos a
sair da indiferença. A nossa fé cristã nos desacomoda, pois exige que não
compactuemos com os projetos que querem continuar exercendo poder e definindo
que algumas pessoas serão sacrificadas para que outras vivam em abundância.
A Semana de Oração pela
Unidade Cristã fortalece a nossa comunhão para a edificação do Reino de Deus e
sua justiça.
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