Nas Missões dos Sete Povos
Nasceu um dia Sepé
Trazendo uma cruz na testa
Cicatriz sinal da fé
Quando o sol batia nele
Essa cruz resplandecia
Por isso lhe deram o nome
“Tiaraju” a luz do dia
Quando o exército de Espanha
E Portugal chegou aqui
Pra expulsar dos Sete Povos
Toda a gente guarani
Tiaraju que era cacique
Reuniu os seus guerreiros
E sem medo dos canhões
Atacou, só com lanceiros
Tiaraju morreu peleando
No arroio Caiboaté
Mas depois, noutro combate,
Todos viram São Sepé
Que vinha morrer de novo
Junto à gente guarani
Pra embeber seu sangue todo
Neste chão onde eu nasci
Foi o primeiro gaúcho
A morrer pelo seu pago
É por isso que seu nome
Pra o Rio Grande é sagrado
São Sepé subiu pra o céu
Sua cruz ficou no azul
Cai a noite, ela rebrilha
Ele é o Cruzeiro do Sul!”
(Luiz Carlos Barbosa Lessa)
No dia sete de fevereiro recordamos os 263 anos da morte de Sepé Tiaraju, ocorrida em São Gabriel, e no dia dez de fevereiro o massacre de seus 1.500 companheiros guaranis, durante a luta contra o Tratado de Madri e a permanência nas reduções.
Sepé Tiaraju nasceu na redução de São Luiz Gonzaga, em torno na década de vinte do século dezoito e foi batizado com o nome cristão de José. Quando ele ainda era criança, a escarlatina, também conhecida como " peste indígena ", atingiu e dizimou em torno de 30% da comunidade guarani. O menino foi entregue aos Padres Jesuítas, que o levaram para a Redução de São Miguel, e lá o criaram e educaram.
Santo popular, herói rio-grandense e brasileiro, seu nome está presente em todo o nosso estado. Facho de luz, “o nosso Moisés gaúcho” para Dom Roque Paloschi, tem agora o seu processo de reconhecimento de sua santidade já encaminhado para a Sagrada Congregação da Causa dos Santos e Santas, no Vaticano. O sinal verde foi dado. Agora é somarmos forças para que sejam recolhidos os dados históricos e as virtudes de santidade deste cristão que, movido pela fé e pela justiça, foi contra a injustiça e a opressão.
São Sepé, servo de Deus, rogai por nós!
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