terça-feira, 16 de junho de 2020


Cuidar do migrante, nosso irmão
“Eu era migrante e tu me acolheste” (Mt 25,36)
“Onde está o teu irmão? (Gn 4,9)

            Em tempos de coranavírus, o tema do cuidado faz-se muito atual e necessário. Cuidar-se para cuidar dos outros. Cuidar dos outros para cuidar da Casa Comum. É o intercâmbio do cuidado: cuidamos uns dos outros, cuidamos juntos da Casa Comum e Deus sempre cuida de todos nós.

            A Semana do Migrante, que celebramos entre os dias 14 e 21 de junho, retoma o tema do cuidado, já colocado na Campanha da Fraternidade deste ano. E nos desafia a olharmos a realidade da migração.

  “É fundamental nesta Semana do Migrante pensar o outro nessa alteridade evangélica, na espiritualidade encarnada e vivenciada nas experiências de acolhida, proteção, promoção e integração do migrante e refugiado. O próprio Papa Francisco, que trouxe o lema do 106º Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, em sua mensagem tradicional “Como Jesus, forçado a fugir”, nos apela para olhar o desafio dos deslocamentos internos, que no mundo são mais de 41 milhões de pessoas.

   É Deus quem nos interpela: onde está o teu irmão, tua irmã? Qual a minha resposta a DEUS? É a mesma resposta de Caim?: “Por acaso eu sou o guarda do meu irmão?” Para que a minha resposta à Deus seja uma afirmação: “Eu sou o guarda do meu irmão!” Precisamos nos lembrar que somos humanos; porém, muitas vezes, acabamos não sendo irmãos uns dos outros, e nem nos dispomos a ajudar aqueles e aquelas que estão ao nosso redor, precisando de solidariedade, consolo, amizade e presença.” (Texto Base)

  Como nos lembra a parábola do bom samaritano, no evangelho de Lucas, capítulo 10, o ensinamento de Jesus nos leva ao encontro do nosso próximo, caído, necessitado de ajuda. E próximo aqui não é apenas alguém com quem possuímos vínculos, mas todo aquele que sofre diante de nós. Não é a lei que estabelece prioridades, mas a compaixão que impulsiona a fazer pelo outro aquilo que é possível, rompendo, dessa forma, a indiferença. A fé leva necessariamente à ação, à fraternidade e à caridade.

  A Campanha da Fraternidade nos lembrava que a “vida nos traz oportunidades de concretizar a fé em atitudes bem específicas. Para perceber os outros, principalmente em suas necessidades, não bastam os conceitos, mas, sim, a compaixão e a proximidade. Não se deve questionar quem é o destinatário do amor. Importa identificar quem deve amar e não tanto quem deve ser amado, pois todos devem ser amados, sem distinção. Não importa quem é o próximo. Importa quem, por compaixão, se torna próximo do outro (Lc10,36). A medida do amor para com o próximo não é estabelecida com base em pertença religiosa, grupo social ou visão de mundo. Ela é estabelecida pela necessidade do outro, acolhendo como próximo qualquer pessoa de quem se possa acercar com amor generoso e operativo. Isso abre uma nova perspectiva nos relacionamentos, excluindo a indiferença diante da dor alheia.” (Texto Base CF/2020).

  A nossa Semana do Migrante valoriza a dedicação e coragem para dar a Deus uma resposta positiva quando ele perguntar “Onde está teu irmão, tua irmã? Então iremos dizer:“SIM, EU CUIDO DO MEU IRMÃO, DA MINHA IRMÃ MIGRANTE e isso é coletivo, é comunitário, é alteridade, é Reino de Deus no meio de nós! 

Um comentário:

  1. Oxalá, aprendêssemos as nos amar como amados de Deus e assim amar quem precisa de nós, por quem somos responsáveis.Abraço e parabéns Padre alex.

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