“Aprendemos como é que os pássaros voam,
como é que os peixes nadam, mas esquecemos a simples arte de como vivem os
irmãos” (Martin Luther King).
Existe
um princípio chamado da solidariedade que exprime a dimensão social da pessoa,
que é um direito natural: ninguém pode viver apenas para si. Somos sempre
dependentes dos outros, não apenas para um ajuda prática, mas também para ter
um interlocutor e poder crescer e desenvolver plenamente a sua personalidade
através do debate de ideias, de argumentos, de necessidades e de desejos.
Vivemos
numa sociedade que deve se nortear por valores ligados à dignidade da pessoa,
como valor original. Ha três valores que são fundamentais: verdade, liberdade e
justiça. Todavia, para que a vida humana em sociedade seja realmente bem
sucedida, é preciso acrescentar a caridade e a misericórdia. “Justiça sem
misericórdia é crueldade; misericórdia sem justiça é a mãe da dissolução”,
dizia Santo Tomás de Aquino.
O
ensino social da Igreja nos ensina que sem um tratamento honesto das pessoas
entre si, decai toda a sociedade. “Onde o discurso e a ação já não podem concordar
e onde a honestidade não pode ser pressuposta, o que determina a comum
convivência humana são a desconfiança, o frio e a dissimulação.” (DoCat n. 107).
É na família o espaço
onde é assegurada a sobrevivência da sociedade e onde os valores são incutidos
em seus membros. É na família que são transmitidos virtudes, valores e
tradições culturais, éticas, sociais, espirituais e religiosas que são
fundamentais para cada pessoa consciente de que é livre e responsável. Munidos com esta armadura da educação familiar,
as pessoas podem assumir toda a espécie de tarefas nas sociedade.
Hoje
temos um conceito que entrou nas relações das humanas que se chama de Fair Play. Fair Play é uma
expressão do inglês que significa modo leal de agir: jogo limpo, jogo justo. O
conceito de fair play está vinculado à ética no meio
esportivo, onde os praticantes devem procurar jogar de maneira que não
prejudiquem o adversário de forma proposital. Vários atletas já foram
punidos por falta de fair play.
Este
conceito muitas vezes é invertido. E os que o transgridem, sempre querem
justifica-lo, em causa própria, com o famoso jeitinho, como aconteceu no
campeonato brasileiro, em relação a um jogador, que marcou visivelmente o gol
com a mão mas negou tê-lo feito, para que o seu time fosse vencedor. O time
venceu, mas perdeu o esporte, foi derrotado o atleta e os valores se
inverteram.
Isso
vale também para o uso de violência para impor “suas razões”, como aconteceu
aqui em nossa cidade na semana passada, quando dois profissionais foram agredidos
fisicamente por “clientes” que não gostaram do serviço realizado pelos mesmos.
São
os valores que devem dar rumo às relações entre os povos e pessoas. Quando eles
se invertem, parte-se para uma convivência perigosa. Quando um indivíduo ou um
grupo de pessoas faz os seus valores, conforme seus interesses, a coisa
descamba para a desorganização e violência.
Que
o fair play seja praticado em nossas
relações, com respeito aos valores e à ética.
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