terça-feira, 14 de novembro de 2017

Dia Mundial do Pobre


O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco na carta apostólica Misericórdia e mísera’ e é assinalado em cada ano no 33º Domingo do Tempo Comum, que este ano cai em 19 de novembro.
O Dia Mundial dos Pobres quer ajudar as comunidades e cada batizado a “refletir como a pobreza está no âmago do Evangelho”, referiu o Papa. Ele inicia sua Mensagem, com a citação evangélica do tema central: “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade” (1 Jo 3,18). Estas palavras do apóstolo São João são um imperativo do qual nenhum cristão pode prescindir.
O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus: “Ele nos amou primeiro, a ponto de dar a sua vida por nós”.
Deste modo, a misericórdia, que brota do coração da Trindade, se concretiza e gera compaixão e obras de misericórdia pelos irmãos e irmãs mais necessitados.
Neste sentido, o Papa fez diversas referências da vida de Jesus, que ecoou, desde o início, na primeira comunidade, que assumiu a assistência e o serviço aos pobres, com base no ensinamento do Mestre, que proclamou os pobres “bem-aventurados e herdeiros do Reino dos Céus”.
Contudo, aconteceu que alguns cristãos não deram a devida atenção a este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas, o Espírito Santo soprou sobre muitos homens e mulheres que, de várias formas, dedicaram toda a sua vida ao serviço dos pobres.
O Papa recordou que, nestes dois mil anos, numerosas páginas da história foram escritas por cristãos que, com simplicidade e humildade, se colocaram a serviço dos seus irmãos mais pobres. Ele citou alguns nomes que mais se destacaram na caridade, como São Francisco de Assis, testemunha viva de uma pobreza genuína.
Francisco lembra que, para os cristãos, discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação: é seguir Jesus pobre. A pobreza “é o metro que permite avaliar o uso correto dos bens materiais e viver de modo não egoísta nem possessivo os laços e os afetos”.
O nosso mundo, muitas vezes, não consegue identificar a pobreza dos nossos dias, com seus diversos rostos: sofrimento, marginalização, opressão, violência, torturas, prisão, guerra, privação da liberdade e da dignidade, ignorância, analfabetismo, enfermidades, desemprego, tráfico de pessoas, escravidão, exílio e miséria. A pobreza é fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!
Diante deste cenário, não se pode permanecer inertes e resignados, afirmou Francisco. Todos estes pobres – como dizia o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por “direito evangélico” e a obriga à sua opção fundamental.
Por isso, o Papa conclui sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres convidando toda a Igreja a fixar seu olhar a todos os estendem suas mãos invocando ajuda e solidariedade.
Que este Dia sirva de estímulo para reagir à cultura do descarte, do desperdício e da exclusão e a assumir a cultura do encontro, com gestos concretos de oração e de caridade, para uma maior evangelização no mundo. Os pobres – diz por fim Francisco - não são um problema, mas “um recurso para acolher e viver a essência do Evangelho”.






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