A nossa sociedade está marcada por muitos
valores que na verdade são contravalores.
A questão é: em que se aposta para ser feliz?
Que valores norteiam nossa vida, nossa política, nossa economia, nossa família,
nossa religião, nosso emprego...?
É a questão do ser ou do ter, dos meios e dos
fins. Para alcançar um fim (objetivo da
vida), todos os meios servem? O que é mais importante: o capital ou o trabalho,
o dinheiro ou a pessoa?
Uma sociedade mais justa, solidária e humana não
se constrói sem se fazer este tipo de reflexão. É a questão da ética cidadã,
que provoca um humanismo e nos faz ver no outro e na outra não inimigos ou
competidores, mas irmãos e parceiros.
Estamos todos no mesmo barco. Não dá para alguns
remarem para um lado, outros para o contrário e mais outros torcendo para que o
barco afunde.
É tempo de superar a violência. Todas as
violências.
É tempo de semear a cultura da paz. Só quando
semeamos a paz é que vamos construir o amor.
A superação da violência nasce da relação com o
outro. A cultura de paz acontece em todas as realidades da vida e na relação
com todos os seres. O primeiro lugar onde o ser humano aprende a se relacionar
é na família. Os comportamentos e estímulos de superação da violência
exercitados na família balizam as atitudes a serem desenvolvidas na comunidade
e na sociedade.
“Ninguém nasce violento. Contudo, a pessoa pode
vir a ser violenta. O comportamento violento emerge como produto final, a
partir da reciprocidade entre o comportamento da criança e o efeito desse
comportamento sobre as atitudes dos adultos. Portanto, o comportamento violento
pode ser aprendido na família e reaplicado socialmente em suas relações ao
longo da vida”. (Texto Base CF-2018 n.
209)
Tanto o ambiente familiar como os fatores
sociais externos contribuem e interferem no desenvolvimento da violência. Por
isso, a busca por uma sociedade que quer a cultura da paz não passa só pela
família, como pela efetivação dos direitos humanos. A condição deles existirem,
mas não serem assegurados a todas as pessoas, prejudica a prática do amor na
sociedade contemporânea.
Vivemos num mundo contraditório. Enquanto alguns
gritam pela cultura de paz e propondo
saídas para superar a violência, outros incentivam
uma cultura bélica, de armamento, de confronto, de morte.
Sugerimos a oração e a espiritualidade como
condicionamentos para a superação da violência, para criar uma nova mentalidade
e assim termos novas atitudes. Elas nos ajudam à conversão e a mudança de
comportamentos e a criar uma verdadeira cultura de paz, onde todos aceitam que “somos
irmãos e irmãs”.
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