No próximo 17 de novembro, a Igreja
celebra o Dia Mundial dos Pobres. O Papa Francisco publicou uma mensagem, que aqui queremos
comentar nos seus dez pontos mais marcantes.
1. O primeiro ponto é o título da mensagem: "A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9, 19). Estas palavras do salmista são de incrível atualidade.
E como esquecer os milhões de migrantes? E tantas pessoas sem abrigo e marginalizadas que vagueiam pelas cidades?
2. O Papa diz que hoje temos muitas
formas de novas escravidões a que estão submetidos milhões de homens,
mulheres, jovens e crianças, como, por exemplo: famílias obrigadas a
deixar a sua terra à procura de formas de subsistência; órfãos que perderam os
pais ou foram violentamente separados deles para uma exploração brutal; jovens
em busca de realização profissional, cujo acesso lhes é impedido por míopes
políticas econômicas; a prostituição; as drogas.
3. O contexto descrito pelo Salmo tinge-se de tristeza devido
à injustiça, ao sofrimento e à amargura que fere os pobres. Apesar disso,
dá uma bela definição do pobre: é aquele que “confia no
Senhor” (cf. 9, 11), pois tem a certeza de que nunca será abandonado.
4. Constitui um refrão permanente da Sagrada Escritura a
descrição da ação de Deus em favor dos pobres. É Aquele que escuta, intervém, protege,
defende, resgata, salva… Em suma, um pobre não poderá jamais encontrar Deus
indiferente ou silencioso perante a sua oração.
5. A Palavra de Deus indica que os pobres são todos aqueles que,
não tendo o necessário para viver, dependem dos outros. São os oprimidos,
os humildes, aqueles que estão prostrados por terra. Mas, perante esta
multidão inumerável de indigentes, Jesus não teve medo de Se identificar com
cada um deles: “Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais
pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40).
6. Ao aproximar-se dos pobres, a Igreja
descobre que é um povo, espalhado entre muitas nações, que tem a vocação de fazer
com que ninguém se sinta estrangeiro nem excluído, porque a todos envolve num
caminho comum de salvação. A condição dos pobres obriga a não se afastar do
Corpo do Senhor que sofre neles.
7. É nos pobres que a caridade cristã encontra
a sua prova real, porque quem partilha os seus sofrimentos
com o amor de Cristo, recebe força e dá vigor ao anúncio do Evangelho.
8. A tantos voluntários, a quem muitas
vezes é devido o mérito de terem sido os primeiros a intuir a
importância desta atenção aos pobres, o Papa pede para crescerem
na sua dedicação e faz o seu reconhecimento.
9. Basta pouco para restabelecer a esperança: basta
parar, sorrir, escutar. Durante
um dia, deixemos de parte as estatísticas; os pobres não são números, que invocamos para nos vangloriar de obras e
projetos. Os pobres são pessoas a quem devemos encontrar. Os pobres
salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto de Jesus Cristo.
10. O Senhor não abandona a quem o procura e a quantos
o invocam; “não esquece o clamor dos pobres” (Sal 9, 13), porque os
seus ouvidos estão atentos à sua voz. A esperança do pobre desafia as várias
condições de morte, porque sabe que é particularmente amado por Deus e,
assim, triunfa sobre o sofrimento e a exclusão.
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