quinta-feira, 14 de novembro de 2019

A esperança dos pobres jamais se frustrará


             

         No próximo 17 de novembro, a Igreja celebra o Dia Mundial dos Pobres. O Papa Francisco publicou uma mensagem, que aqui queremos comentar nos seus dez pontos mais marcantes.

         1. O primeiro ponto é o título da mensagem: "A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9, 19)Estas palavras do salmista são de incrível atualidade.
            E como esquecer os milhões de migrantes? E tantas pessoas sem abrigo e marginalizadas que vagueiam pelas cidades?

      2. O Papa diz que hoje temos muitas formas de novas escravidões a que estão submetidos milhões de homens, mulheres, jovens e crianças, como, por exemplo: famílias obrigadas a deixar a sua terra à procura de formas de subsistência; órfãos que perderam os pais ou foram violentamente separados deles para uma exploração brutal; jovens em busca de realização profissional, cujo acesso lhes é impedido por míopes políticas econômicas; a prostituição; as drogas.
         3. O contexto descrito pelo Salmo tinge-se de tristeza devido à injustiça, ao sofrimento e à amargura que fere os pobres. Apesar disso, dá uma bela definição do pobreé aquele que “confia no Senhor” (cf. 9, 11), pois tem a certeza de que nunca será abandonado.
        4. Constitui um refrão permanente da Sagrada Escritura a descrição da ação de Deus em favor dos pobres. É Aquele que escuta, intervém, protege, defende, resgata, salva… Em suma, um pobre não poderá jamais encontrar Deus indiferente ou silencioso perante a sua oração.
         5. A Palavra de Deus indica que os pobres são todos aqueles que, não tendo o necessário para viver, dependem dos outros. São os oprimidos, os humildes, aqueles que estão prostrados por terra. Mas, perante esta multidão inumerável de indigentes, Jesus não teve medo de Se identificar com cada um deles: “Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40).
        6. Ao aproximar-se dos pobres, a Igreja descobre que é um povo, espalhado entre muitas nações, que tem a vocação de fazer com que ninguém se sinta estrangeiro nem excluído, porque a todos envolve num caminho comum de salvação. A condição dos pobres obriga a não se afastar do Corpo do Senhor que sofre neles.
           7. É nos pobres que a caridade cristã encontra a sua prova real, porque quem partilha os seus sofrimentos com o amor de Cristo, recebe força e dá vigor ao anúncio do Evangelho.
            8. A tantos voluntários, a quem muitas vezes é devido o mérito de terem sido os primeiros a intuir a importância desta atenção aos pobres, o Papa pede para crescerem na sua dedicação e faz o seu reconhecimento.
           9. Basta pouco para restabelecer a esperança: basta parar, sorrir, escutar. Durante um dia, deixemos de parte as estatísticas; os pobres não são números, que invocamos para nos vangloriar de obras e projetos. Os pobres são pessoas a quem devemos encontrar. Os pobres salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto de Jesus Cristo.
       10. O Senhor não abandona a quem o procura e a quantos o invocam; “não esquece o clamor dos pobres” (Sal 9, 13), porque os seus ouvidos estão atentos à sua voz. A esperança do pobre desafia as várias condições de morte, porque sabe que é particularmente amado por Deus e, assim, triunfa sobre o sofrimento e a exclusão.


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