sábado, 2 de maio de 2020

A travessia na escuridão

Caminhar é preciso

         Havia um jovem que estava na encruzilhada da sua vida vocacional. Tinha que decidir, fazer sua escolha: ou seguir sua vocação à vida religiosa, ou tomar outro rumo, assumindo uma profissão e construir uma família. Esta decisão lhe trazia angústia, medo, insegurança... O que fazer?
         Foi então pedir orientação ao seu mestre e orientador espiritual. Este o ouviu, deixou que abrisse seu coração e lhe contou uma história.  - Havia uma vez um caminhante que deveria atravessar uma floresta desconhecida. Ele não conhecia seus caminhos nem seus perigos. Sabia que era grande e até perigosa. Todos os cuidados eram necessários. Ele se preparou, levou sua mochila, não esquecendo uma lanterna. Mas não conseguiu atravessá-la durante o dia. A noite o pegou em pleno caminho. O que fazer? De repente, acabaram as pilhas de sua lanterna. Escuridão total. Seguir adiante seria perigoso, pois poderia cair num rio ou num precipício ou bater em algum obstáculo. O que fazer?
       
          Foi justamente esta pergunta que o mestre fez ao jovem. O que ele faria se estivesse no lugar daquele caminhante? Ele pensou um pouco e respondeu: - Esperaria amanhecer!
          Estamos numa travessia difícil. Precisamos estar preparados, mas sem perder a serenidade. Se faltar pilha na lanterna da vida, paremos e esperemos amanhecer. Pode ser que a saída esteja bem próxima de nós.

         As crises nos ajudam a amadurecer. As grandes tragédias são parteiras de grandes transformações. Na travessia da vida é preciso nos despojar de tudo aquilo que é pesado demais. Caso contrário, vamos cansar e não conseguir seguir adiante. Levar somente o essencial.

         Caminhar é preciso. Sem desistir, mas também sem estressar nem tomar atalhos ou querer apurar o passo. Caminhar sempre, se possível juntos. Poderemos ir até mais devagar, mas com certeza iremos mais longe!


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