quarta-feira, 1 de novembro de 2017

500 anos de Reforma

No dia 31 de outubro completou=se os 500 anos da Reforma Luterana. Em 10 de fevereiro de 2014, a Igreja Católica e a Igreja Luterana, através do presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e do Secretário Geral da Federação Luterana Mundial, publicaram uma carta conjunta, apresentando o informe ecumênico “Do conflito à Comunhão – comemoração conjunta Luterano-Católica-Romana da Reforma em 2017”. Diz a carta: “É a primeira tentativa histórica no âmbito internacional de descrever a história da Reforma conjuntamente, de analisar os argumentos teológicos que estavam em jogo, de traçar os desenvolvimentos ecumênicos entre nossas comunhões, de identificar a convergência alcançada e as diferenças ainda persistentes”.
A data de 31 de outubro de 1517 tornou-se um símbolo da Reforma Protestante do século XVI. Neste ano, completam-se 500 deste acontecimento e a comemoração tem o seu contexto. Vivemos numa era ecumênica, por isso, a comemoração comum é uma ocasião para aprofundar a comunhão. Marca também os 50 anos de diálogo luterano-católico que produziu vários estudos, celebrações e ações conjuntas. Merece destaque a “Declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação”, publicada em 1999, que afirmou um consenso nas verdades fundamentais da doutrina da justificação. Em segundo lugar, a comemoração acontece numa era globalizada e por isso não envolve apenas alguns lugares. O terceiro contexto é de uma nova evangelização, num tempo marcado com o surgimento de novos movimentos religiosos e o crescimento da secularização.
“O ecumenismo não pode basear-se no esquecimento da tradição. Não pode ser ignorado o que aconteceu nestes 500 anos, nem os frutos doces e nem os azedos. O que aconteceu no passado não pode ser mudado, mas o que e como é lembrado, com o passar do tempo, de fato muda. Lembrar torna o passado presente. Enquanto o passado em si é inalterável, a presença do passado no presente é alterável” lembra Dom Rodolfo Luís Weber, Arcebispo de Passo Fundo.
Nós, católicos, nos unimos aos irmãos luteranos numa comemoração conjunta. Não se trata de festejar, mas de fazer memória conjuntamente, para continuarmos e aprofundarmos o caminho da unidade do Corpo de Cristo, segundo o desejo de Jesus: “Para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17,23). A divisão dos cristãos é contrária à vontade de Deus. Sabemos que o passado, que deixou chagas, é inalterável, mas nossa postura diante do passado pode e deve ser diferente. Esta comemoração comum é ocasião para aprofundar a comunhão entre católicos e luteranos.  
“Luteranos e católicos hoje se alegram com o crescimento da compreensão, da cooperação e do respeito mútuos. Reconhecem o fato de que o que une é mais do que o que separa: sobretudo, a fé comum no Deus Trino e a revelação em Jesus Cristo, assim como o reconhecimento das verdades básicas da doutrina da Justificação” (Comissão Luterano – Católico-Romana sobre a unidade, Do Conflito à Comunhão: Comemoração conjunta Católico-Luterana da Reforma em 2017, n. 1).

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