Os católicos celebram, no dia 20 de junho, sessenta dias
depois da Páscoa, a festa de Corpus Christi (ou Corpo de Deus). Nela é
celebrado o mistério do Corpo e do Sangue de Cristo no sacramento da Eucaristia.
Tornou-se tradicional celebrar essa
festa com grande e solene missa, seguida de procissão pública, levando a hóstia
consagrada para ser adorada fora dos recintos das igrejas, num testemunho
público de fé.
Em muitos lugares, como em Dom
Pedrito, o povo católico enfeita as ruas e janelas de suas casas por onde deve
passar a procissão, num gesto de profunda acolhida e reverência ao Cristo
Eucarístico.
A celebração de Corpus Christi é uma
festa móvel no calendário litúrgico. Ocorre todos os anos na primeira
quinta-feira depois da festa da Santíssima Trindade, ou sessenta dias depois da
Páscoa. Recorda a instituição da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, quando
Jesus entregou aos apóstolos o pão e o vinho, dizendo-lhes que era seu corpo e
seu sangue sacrificados por eles e para os cristãos de todos os tempos,
acrescentando que fizessem isso em sua memória. Desde então, esse sacramento
tornou-se o centro da vida da Igreja e o ponto de união da Comunidade cristã.
Origem – Ao longo da história da Igreja surgiram
dúvidas quanto à presença do Cristo na Eucaristia, acentuadas principalmente no
século XI pelo teólogo francês Beranger de Tours e por movimentos heréticos
como os dos cátaros, valdenses e albingenses, que negavam essa presença real de
Cristo na hóstia sagrada.
A reação popular não se fez esperar.
Em Liége, na Bélgica, por insistência de uma religiosa agostiniana, Santa
Juliana de Mont Cornillon (1192-1258), foi realizada a primeira procissão
eucarística em 1230, no interior da igreja de Saint Martin. Em 1247, a festa
ganhou caráter diocesano, com procissão pelas ruas de Liége.
Em 1261, Jáques Pataleón de Troyes,
antigo auxiliar do bispo de Liége, foi eleito papa, adotando o nome de Urbano
IV. Conhecedor dessa manifestação religiosa, em 1264 estendeu a toda Igreja a
festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
Santo Tomás de Aquino compôs os
principais hinos da festa, como o Tantum ergo (Tão sublime sacramento),
utilizado nas bênçãos com o Santíssimo até os dias de hoje. Em 1317, o Papa
João XXII deu caráter obrigatório à procissão pelas vias públicas e a
solenidade passou a ser realizada no mundo inteiro.
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