terça-feira, 25 de novembro de 2014

A coroa do advento

Um olhar de Fé:
............Estamos no advento, que nos coloca no clima de preparação para o Natal. Tempo de simbologismo, como a coroa. Ela, com seus elementos, podem ser interpretados de diversas formas. Na origem, possui um forte apelo de compromisso social, de promoção das pessoas pobres e marginalizadas: acolher e cuidar da vida onde quer que ela esteja ameaçada. Podemos dizer que a Coroa de Advento constitui um hino à natureza que se renova, à luz que vence as trevas, um hino a Cristo, a verdadeira luz, que vem para vencer as trevas do mal e da morte. É um hino à vida que brota da verdadeira Vida.
............A coroa, em forma de círculo, é símbolo da eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor do tempo e da história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua plenitude sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é símbolo de Cristo.
............Desde a Antiguidade, a coroa é símbolo e prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, de ramos de oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos olímpicos.
............Os ramos verdes do círculo costumam ser de cipreste. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no inverno. É sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de vitória sobre a morte.
............Para nós no Brasil este elemento é um tanto artificial e menos significativo, visto que celebramos o Natal no início do verão: não vivenciamos a mudança da renovação da natureza. A tendência é substituir o verde por outros elementos ornamentais do círculo: frutos da terra, sementes, flores, raízes, espigas de trigo e arroz.
............Para ornar a coroa usam-se laços de fitas vermelhas ou rosas, símbolo do amor de Jesus Cristo que se torna gente, símbolo da vitória sobre a morte através da sua entrega por amor. Nas guirlandas penduradas nas portas das casas, os laços ocupam o lugar das velas. Lembram os pontos cardeais, a cruz de Cristo que irradia a luz da salvação ao mundo inteiro.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pontes, não muros!

Um Olhar de Fé:

............“Precisamos de pontes, não de muros!”, assim se expressou o Papa Francisco no dia nove de novembro, na Oração do Angelus. Francisco recorda que há 25 anos, em nove de novembro de 1989, caía o Muro de Berlim, que por tanto tempo separou a cidade em duas partes e foi símbolo da divisão ideológica da Europa e do mundo. A queda aconteceu de forma improvisa, mas isso só foi possível graças a um longo, intenso e árduo trabalho de muitos que lutaram, rezaram e sofreram, alguns até mesmo com o sacrifício da vida. Dentre eles, um papel de protagonista desempenhou o Santo Papa João Paulo II.
............Mas ainda existem muitos muros. Quem chega à Terra Santa, para visitar Belém, fica chocado ao ver um muro quilométrico, maior e mais alto que o de Berlim, que cerca toda cidade, separando e segregando os palestinos, chamado também de “muro da vergonha”.
............Na fronteira do México com os Estados Unidos, mais muros. Na Faixa de Gaza, outros muros. Muros sempre dividem. Separam. Segregam. Escancaram privilégios e preconceitos, medos e orgulhos.
............Mas, os muros caíram de fato nas últimas décadas? Ou, quais muros mais precisam cair urgentemente?
............Muros de preconceito, discriminação, falta de diálogo, racismo, homofobia, violência têm sido erguidos à farta em muitos ambientes e no conjunto da sociedade. Muros cercam cada vez mais casas, jardins, mansões e condomínios, onde ninguém consegue entrar. São ilhas sem acesso, a não ser para seus privilegiados moradores ou os trabalhadores a seu serviço.
............Muitos muros têm sido felizmente derrubados nos últimos tempos. O muro da extrema pobreza, por exemplo. O muro da falta de acesso a direitos humanos básicos como a educação e o alimento. Está diminuindo o muro da desigualdade. Os muros da exclusão social histórica são cada vez menores. Mas é urgente construir pontes hoje, além de derrubar os muros.
............“Muros separam. Pontes unem. Muros discriminam. Pontes tornam iguais. Muros são barreiras. Pontes são passeios. Muros afastam. Pontes atraem. Muros não deixam ver o outro lado. Pontes apontam o horizonte. Muros são pedras duras. Pontes, mesmo que pinguelas, são leves aos passos.
. ...........Muros entristecem o viver. Pontes são alegres passagens. Muros machucam a cabeça arremessada contra eles. Pontes visualizam a água que escorre abaixo e o banho refrescante. Muros impedem o carinho. Pontes são bosques de convívio. Muros abafam o grito. Pontes estimulam a palavra. Muros são castelos fechados. Pontes são portas abertas. Muros são morte. Pontes são vida”, escreve meu amigo e colega dos tempos da teologia na PUCRS, Selvino Heck.


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Talentos sem uso se perdem...

Um Olhar de Fé:
............Ninguém é igual a ninguém. Somos únicos. Singulares. Mesmos os gêmeos. Todos temos o DNA de Deus, que nos dá capacidades e nos capacita.
............Algumas pessoas precisam só de um pequeno incentivo, de um empurrãozinho de nada para irem em frente. Outras vivem reclamando a vida toda e são passivas: ficam contentes se não atrapalham e mais não se esforçam para realizar algo novo. E quando alguém se destaca acham que é sorte ou destino!
............Mas a vida não é só sorte e nem primeiramente sorte. Uma vez perguntaram ao grande cientista Thomas Edson qual era o segredo do sucesso e da grandiosidade de suas descobertas. Ele respondeu: é dez por cento de inspiração e noventa por cento de transpiração. E, como o sucesso é muito motivador, quem vê seu esforço dar frutos se esforça mais e não pára de crescer.
............Todos temos talentos e aptidões. Mas nem todos aproveitam bem o material humano que o Criador nos deu. Dom Bosco dizia: “O que somos é um presente de Deus para nós; aquilo em que nos transformamos é nosso presente para Ele”. E poderíamos acrescentar: aquilo que nos transformamos é nosso presente para nós mesmos também. Afinal, devemos ser os primeiros interessados na nossa própria realização humana.
............Deus nos dá dons variados. O que não podemos fazer é desconhecê-los, enterrá-los, abandoná-los. Cabe a nós transformar essa matéria prima em obras concretas, sem medo de apostar e investir. Dons e talentos se multiplicam quando são bem usados e se estragam se forem guardados.
............Quem se deixa estragar vai ter muito a lamentar: é a sua própria vida que se perde. Jesus nos alerta e o Pai está sempre pronto a ajudar. Nunca é tarde para pôr para render os nossos talentos.