terça-feira, 25 de abril de 2017

Maria é nossa Mãe

Um Olhar de Fé:

.............Estamos vivendo, neste ano, duas belas manifestações de fé mariana: os 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e o centenário da aparição de Maria aos três pastorzinhos em Fátima, Portugal. Este é, pois, um tempo oportuno para estudar mais e melhor o tema da mariologia (ou marialogia), que é o estudo sobre Maria.
.............O irmão marista Afonso Murad, especialista no assunto, nos diz que “a reflexão teológica sobre Maria é simultaneamente sistemática e crítica, pois organiza as informações, apresenta e justifica a compreensão católica sobre a mãe de Jesus, ao mesmo tempo em que corrige os eventuais desvios, aponta para as limitações históricas e propõe novas interpretações, que sejam fiéis à Bíblia, à Tradição viva de Igreja e à atualidade. A marialogia conjuga razão e emoção, aceitação amorosa e busca. Reverencia a mãe de Jesus, reconhecendo seu lugar especial. Mas também ousa pensar, questionar, refletir, ponderar e propor alternativas visando uma fé madura.
.............Do ponto de vista do conteúdo, a marialogia pode ser dividida ao menos em três segmentos. O primeiro aborda Maria na Bíblia. Mostra quem é Maria de Nazaré, enquanto figura histórica e simbólica da comunidade cristã das origens e reflete sobre seu significado para os dias de hoje. O segundo segmento trata do culto a Maria na Igreja, compreendendo a liturgia e a devoção. O terceiro estuda os quatro dogmas marianos: maternidade divina, virgindade, imaculada e assunção e os explica em linguagem compreensível. Resumidamente, a mariologia estuda sobre a pessoa de Maria com o tríplice olhar da bíblia, do culto e do dogma. Procura assim responder à pergunta: Qual é o lugar e a importância de Maria no projeto salvífico de Deus, iniciado na criação; mediado na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo e continuado pela ação do Espírito Santo na história?”
.............Não podemos nem maximizar nem minimizar a importância de Maria na vida da Igreja e em nossa vida. O culto e a devoção a Maria sempre nos levam a Jesus. Assim ensinam os Evangelhos, assim nos ensina a Igreja. Mas com certeza não está longe de Jesus quem está perto de Maria.
.............A devoção compreende a relação de entrega, confiança, súplica, discernimento, gratidão e louvor a Deus e aos santos. Está no âmbito da religiosidade, das práticas cultuais. Expressa a dimensão mística e culturalmente situada da crença. Já a mariologia exercita outra dimensão da fé: o conhecimento. Pois quem ama, quer conhecer o outro(a) para ama-lo(a) melhor e construir uma relação lúcida e madura. A piedade mariana sem teologia corre o risco de perder a lucidez, mover-se sem critérios e limites e degenerar-se em crendice. Já a teologia sem mística e piedade se degenera num discurso racional que se distancia do fascínio divino. Mostra-se desrespeitosa e pastoralmente inconsequente.






quarta-feira, 19 de abril de 2017

Perseverar é preciso

Um Olhar de Fé:

            Com o passar do tempo algumas palavras parecem perder a força e o sentido. Assim como alguns referenciais e valores.  O que era importante ontem parece que hoje não vale mais. Uma destas palavras é PERSEVERANÇA.
            Existem três textos, chamados de sumário, no livro dos Atos dos Apóstolos, que estão em Atos 2,42-47; Atos 4, 32-37; Atos 5, 12-16. Estes são verdadeiros retratos (não fotografias) das primeiras comunidades cristãs. E retrato é o que o artista pinta como ideal, inspirado naquilo que ele vê, mas que nem sempre é igual.
            A comunidade cristã primitiva entendeu isso. Assumiu o que era essencial e firmou-se nos quatro pilares do autêntico seguimento de Jesus: a perseverança no ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e na oração.
            Perseverança é não recuar, não abrir mão de práticas a partir de princípios e valores em vista de objetivos bem precisos, de ideais pelos quais vale a pena empenhar a vida. Cristo garantiu: quem perseverar até o fim será salvo. A comunidade que se assentar sobre esses quatro pilares será vigorosa, não esmorecerá.
             A vida em comum dos primeiros cristãos constituiu-se em modelo (protótipo) dos cristãos de todas as épocas. Ao longo da história, esse modelo serviu para fomentar novas experiências comunitárias monásticas lá pelo século IV, bem como no começo da era cristã Inspirou os movimentos evangélicos do século XIII e as propostas de reforma da Igreja do século XVI. No século XX, inspirou um amplo movimento comunitário, que procurou renovar interiormente a Igreja e aproximá-la mais da Igreja das origens, do evangelho.
            Toda vez que a Igreja quer se renovar volta às fontes, ao seu começo porque é lá que está a grande novidade transformadora. E claro que essa novidade responde a necessidades diferentes ao longo do tempo e em diferentes lugares. Mas sempre seremos revolucionários, transformadores, causaremos impacto se nos atrevermos a viver o espírito do projeto original de Jesus, que tão bem inspirou as primeiras comunidades.
            Queremos ver a Deus e temos na experiência dos primeiros cristãos uma pista segura e comprovada de que isso é possível. Foi na perseverança do seguimento de Jesus que a comunidade pode tocar, apalpar o ressuscitado, senti-lo bem perto como companheiro de caminhada. E presença do ressuscitado é garantia de paz plena a todos os que o seguiam.
            Perseverar na prática do amor, da justiça e do perdão, alicerçados no ensinamento dos apóstolos, na Eucaristia e na oração nos leva à verdadeira koinonia, onde todos podem dizer com alegria: entre nós não há necessitados. Por isso: perseverar é preciso!

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Porque a Páscoa não tem dia fixo

Um Olhar de Fé:

            O calendário dos povos antigos era diferente de hoje. A natureza era que ditava as regras, normatizadas pelas fases da lua e pelas estações do ano.
            A vida era mais rural e pastoril do que urbana e industrializada. Assim, as festas seguiam este ritmo.
            O povo hebreu, que é o Povo de Deus, escravo no Egito, é libertado por Moisés e faz a passagem pelo Mar Vermelho numa noite de lua cheia, pois assim poderiam melhor caminhar. Por isso, a Páscoa judaica, como conhecida como Pessach, é celebrada sempre num dia de lua cheia. Ela comemora a libertação do Egito e renova a aliança com Deus. É um dia memorável para os judeus, como nos relatam as Sagradas Escrituras: “Conservareis a memória daquela dia, celebrando-o com uma festa em honra do Senhor: fareis isso de geração em geração, pois é uma instituição perpétua. No primeiro mês, desde a tarde do 14º. dia do mês até a tarde do 21º., comereis pães sem fermento” (Êxodo 12,14-18). Assim, a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 de Nissan, portanto, tem uma data fixa no calendário judaico.
            A Páscoa cristã celebra a Ressurreição de Jesus e significa passagem da morte para a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo.
            Na tradição cristã não temos uma data (dia) fixa, mas dependemos de cálculos baseados nos estudos astronômicos, relacionados às fases da Lua. A datação da celebração da Páscoa cristã segue o decreto do Papa Gregório XIII, Inter Gravissimas, de 24/02/1582, em concordância com o Concílio de Niceia de 325 d.C. Esse decreto determinou que a Páscoa fosse celebrada no primeiro domingo depois da lua cheia, que ocorre em ou logo após 21 de março, data fixada para o equinócio de primavera no hemisfério norte (outono no hemisfério sul). Isso equivale a uma antiga regra que considerava a celebração da Páscoa no primeiro domingo após o dia 14 de Nissan.
            Seguindo essas regras, a Páscoa nunca acontece antes de 22 de março nem depois de 25 de abril. É a partir da definição da data da Páscoa que são definidas as demais celebrações religiosas do calendário chamado gregoriano. Desse modo, a Quarta-feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa e a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

            Neste ano de 2017 a Páscoa judaica foi celebrada no dia 11 de abril (dia que começa Lua cheia). As demais datas são determinadas a partir da Páscoa. Pentecostes = cinquenta dias depois; Santíssima Trindade =cinquenta e seis dias depois; Corpus Christi = sessenta dias depois da Páscoa. 

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Semana Santa

Um Olhar de Fé:

............ABERTURA DA SEMANA SANTA acontecerá no próximo domingo, dia nove de abril, quando na Pracinha da Paz celebraremos a Bênção dos Ramos, às oito horas e trinta minutos. Logo a seguir procissão até a Igreja Matriz, para a Celebração Eucarística, com a Proclamação da Paixão do Senhor segundo Mateus e a Coleta da Solidariedade.
............Com o DOMINGO DE RAMOS, descortina-se a Semana Santa, em que a Igreja celebra os mistérios da salvação levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias da sua vida, a começar pela entrada messiânica em Jerusalém.
............Os ramos abençoados que levamos para nossas casas, após a celebração, lembram que estamos unidos a Cristo na mesma doação pela salvação do mundo, na labuta árdua contra tudo o que destrói a vida.
............Também haverá missa vespertina no Domingo de Ramos na Igreja Matriz, com a Proclamação da Paixão do Senhor segundo Mateus, às 18 horas, mas sem a bênção dos ramos.
............É também o domingo da prestação de contas de todos os nossos exercícios quaresmais de oração com melhor qualidade, de jejum consciente, pensando naqueles que não têm o que comer todos os dias e, finalmente a profunda, sincera e generosa caridade! Sejamos honestos e devolvamos, no espírito da COLETA DA SOLIDARIEDADE os frutos saborosos colhidos em benefício dos que tem menos do que nós. A entrega de nossa partilha deverá ser o que na verdade deixamos de consumir na Quaresma.
............Na segunda, terça e quarta-feira santa teremos missas matinais na Igreja Matriz, às seis e meia da manhã, com oportunidade para confissões. E nestes dias também celebrações penitenciais às dezenove horas nas comunidades São Francisco de Assis, Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora de Fátima.Dia treze de abril, inicia o TRÍDUO PASCAL. Na Quinta-feira Santa recorda-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio e o Mandamento do Amor, com a cerimônia do Lava-pés, a missa da Ceia do Senhor e a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
............Na Sexta-feira Santa é o dia do luto, do silêncio, da reflexão. Lembramos o caminho sagrado de Jesus até a morte de cruz. Dia de jejum, abstinência e penitência. Dia do perdão e da reconciliação, que vamos celebrar na Igreja Matriz, às 9 horas da manhãs e às três horas da tarde, onde seremos convidados a dar um beijo na cruz de Cristo. Não um beijo de Judas, que foi de traição e negação. Mas um beijo de compromisso e afirmação de nossa fé e de adesão ao projeto do Crucificado. E às dezessete horas, na Serrinha, aproveitando àquela natureza, a via sacra ao vivo, encenada e participada por todos os que lá se fizerem presentes.
............No Sábado de Aleluia é a preparação para a festa da Páscoa. Na tradição da Igreja Católica neste dia não se celebra nenhum sacramento antes da Vigília Pascal, que acontece à noite, às vinte horas, no silêncio e na escuridão. Nesta noite se acende o fogo, onde será aceso o Círio Pascal e nossas velas, renovando o Batismo. É a noite da Proclamação solene da Páscoa, com a bênção da água batismal.