quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Temos Bispo!

               No dia vinte e seis de setembro, o Papa Francisco nomeou como Bispo de Bagé o Frei Cleonir Paulo Dalbosco, capuchinho, como bispo da vacante diocese de Bagé, no Rio Grande do Sul.   A notícia foi publicada no Jornal L’Osservatore Romano, às 12 horas de Roma.
   Natural de Barros Cassal, no Rio Grande do Sul, nasceu aos 25 de setembro de 1970. Cleonir ingressou no seminário em 1987, em Soledade (RS). Cursou Filosofia no Instituto de Filosofia Padre Berthier, em Passo Fundo (RS) e Teologia na Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana, em Porto Alegre (RS). Também é Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de Caxias do Sul e tem Especialização em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera. Em 19 de setembro de 1998, fez sua profissão solene na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Canoas (RS) e, em 20 de setembro do mesmo ano, foi ordenado diácono. Recebeu a ordenação presbiteral em 20 de fevereiro de 1999.
    Em sua trajetória sacerdotal, Cleonir foi pároco na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Maria (RS) de 1999 a 2005; Guardião da Fraternidade dos Freis Capuchinhos, em Santa Maria; Assessor Diocesano da Pastoral da Juventude, na diocese de Santa Maria; Vigário Provincial e Definidor da Pastoral e Meios de Comunicação Social da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, na Província dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul; Ministro Provincial da Ordem dos Frades Menores, na Província Sagrado Coração de Jesus (RS); Visitador Apostólico na Congregação dos Clérigos Regulares; Diretor Geral da Pousada dos Capuchinhos, em Veranópolis.
               A Diocese foi criada pelo Papa João XXIII, no dia 25 de junho de 1960. Ficou um ano sem bispo, sob a administração de D. Antônio Zattera, Bispo de Pelotas. Em julho de 1961, toma posse D. José Gomes, um padre da Diocese de Passo Fundo, onde foi ordenado. Aqui permanece até outubro de 1968, quando é transferido para Chapecó, Santa Catarina.
               Em março de 1969, toma posse como segundo bispo de Bagé, D. Ângelo Mugnol, que era bispo auxiliar de Pelotas. Acometido de grave doença, falece em doze de fevereiro de 1982 e está sepultado na Catedral de São Sebastião.
            O terceiro bispo é nomeado um padre da Congregação de São Carlos, natural de Nova Bassano. Ordenado em sua terra natal, D. Laurindo Guizzardi assume no dia 25 de abril de 1982. Permanece entre nós quase vinte anos, sendo transferido em dezembro de 2001 para a Diocese de Foz do Iguaçu, Paraná, onde está emérito.
                 O quarto bispo era auxiliar em Salvador, Bahia, e assume no dia nove de março de 2003. D. Gilio Felicio, padre da Diocese de Santa Cruz do Sul, nascido no município de Sério (Lajeado), fica à frente da Diocese até o dia seis de junho, quando é aceita a sua renúncia, por motivos de saúde.
             O quinto bispo, agora nomeado, deu a lógica. É um padre, da Ordem dos Capuchinhos, que será ordenado e deverá tomar posse da nossa Diocese até o final do ano.
               Bendito o que vem em nome do Senhor. 
              Seja bem-vindo, Frei Cleonir. Paz e Bem.








             

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Romaria da Conquistadora


           No último domingo de setembro, este ano dia trinta, acontece a Romaria de Nossa Senhora Conquistadora, na cidade de Bagé, já na sua 44ª. Edição, com o lema: “Com Maria, ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, continuando a reflexão do tema do Ano do Laicato,  que transcorre até o dia 25 de novembro, com o tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e texto de inspiração: Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5, 13-14). Motivados pelo testemunho de Maria, os leigos e leigas são vocacionados a viver a “Igreja em saída”, sendo sinal da presença de Deus, fermento, sal e luz para a humanidade. Essa vocação é experimentada e alimentada, de modo especial, na participação ativa na comunidade eclesial. Olhando para Maria podemos compreender em toda a sua grandeza e dignidade a natureza e missão dos cristãos leigos e leigas, (cf. Doc. 105, 113).
        Esta é uma romaria que começou lembrando a história do Rio Grande do Sul, pois foi carregando uma imagem da Imaculada Conceição, que foi batizada como Conquistadora, que o padre Roque Gonzalez rezou a primeira missa em nosso Estado, no dia 3 de maio de 1626, data reconhecida como o início da evangelização em solo gaúcho.
       Os índios guaranis, da Redução de São Miguel, tinham suas estâncias nesta região e juntos traziam os objetos de sua devoção, entre os quais imagens de Nossa Senhora Conquistadora. Na década de setenta, o padre palotino Pedro Luís Bottari, que havia trabalhado na construção de santuários em outros lugares, veio a Bagé para iniciar a obra de seus sonhos. E deu início ao mesmo em 1976, como apoio de um grupo de tradicionalistas e bênçãos do Bispo Diocesano, Dom Ângelo Mugnol.
            No ano de dois mil, Dom Laurindo Guizzardi declarou o templo em Santuário Diocesano, sendo na romaria daquele ano entronizada a nova e exclusiva imagem da Conquistadora. 
            Através da devoção à Mãe Conquistadora, a Diocese de Bagé se propõe alcançar três grandes objetivos:

  • Incentivar a devoção a Maria;
  • Promover a evangelização, através da religiosidade popular
  • Estreitar os laços de comunhão diocesana;


  Para entendermos corretamente a missão dos leigos e leigas na Igreja e no mundo precisamos superar a ideia de que, quando falamos em Igreja e em missão, o que conta é unicamente a autoridade e a ação dos religiosos, diáconos, padres e bispos. Isso é errado! Escutemos o que dizem os bispos do Brasil!
     Não é evangélico pensar que os ministros ordenados sejam mais importantes e mais dignos, sejam ‘mais igreja’ que os leigos e leigas. A dignidade não vem dos serviços e ministérios que cada um exerce, mas da iniciativa de Deus, da incorporação a Cristo pelo batismo! (CNBB, Doc. 105, 109)

     Permaneçamos na escola de Maria. Inspiremo-nos em seus ensinamentos. Procuremos acolher e guardar dentro do coração as luzes que ela, por mandato divino, envia a todos a partir do alto.

    A Romaria terá início às nove horas, saindo da Catedral de São Sebastião, e terá continuidade durante todo o dia, com missas, bênçãos e muitas orações.





quarta-feira, 12 de setembro de 2018

LIVRO DA SABEDORIA


            Estamos em setembro, mês da Bíblia, lembrando o grande biblista São Jerônimo. Neste ano, o tema específico é: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida Livro da Sabedoria”; e o lema é: “A Sabedoria é um espírito amigo do ser humano” (Sb 1,6). Ou seja, a Sabedoria é uma expressão da amizade de Deus por nós, seres humanos. O livro da Bíblia que vai nos ajudar no aprofundamento deste tema é o livro da Sabedoria.
           O livro da Sabedoria, está entre os textos escritos já no final do período do Antigo Testamento, num momento fundamental do diálogo entre o judaísmo e a cultura grega. Neste sentido, ele é um bom predecessor do NT. Por isso, a sua língua é o grego e pertence aos chamados livros deuterocanônicos, por se encontrar apenas na Bíblia grega e, consequentemente, não entrar nem no Cânon judaico (da Bíblia hebraica) nem, mais tarde, no Cânon das igrejas protestantes.
        São sete os livros deuteterocanônicos (da segunda lista): Tobias. Judite. 1 e 2 Macabeus, Sabedoria. Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá) e Baruque.
          O livro da Sabedoria apresenta a súplica dos justos e o projeto deles para um governo segundo a justiça. Fazendo uma retrospectiva histórica o autor afirma que a Sabedoria de Deus sempre esteve presente na caminhada do povo de Deus, apontando o caminho para a justiça, vida e liberdade.
Essa obra foi escrita em grego, no final do século I antes de Cristo, na colônia judaica de Alexandria, que ficava no Egito. É o último livro do Antigo Testamento. Alguns falam da sua conclusão em torno do ano trinta antes da era cristã.
          O título do livro aponta para a “Sabedoria” como tema principal. Ela é o caminho para a justiça e a vida. Justiça e sabedoria estão intimamente relacionada. Desde o primeiro versículo, lemos: “Amem a justiça, vocês que julgam a terra” (Sb 1,1), pois “a justiça é imortal” (Sb 1,15).
O tema da justiça perpassa todo o livro: “Vestirá a justiça como couraça e usará como capacete um julgamento que não se pode subornar” (Sb 5,18); “Conhecer-te é a justiça perfeita, e reconhecer teu poder é a raiz da mortalidade” (Sb 15,3).
          Ao ler os textos relacionados à justiça, constata-se que os justos mencionadas 27 vezes no livro da Sabedoria, sofrem, resistem e gritam por justiça e julgamento contra os ímpios, também chamados de injustos: “Vamos oprimir o pobre e o justo. Vamos submeter o justo a insultos e torturas, para sabermos de sua serenidade e avaliarmos sua resistência” (Sb 2,10.19). “Então o justo estará de pé, cheio de coragem, diante daqueles (ímpios) que o oprimiram lhe desprezaram os esforços” (Sb 5,1).
Diante da opressão e discriminação dos governantes contra a comunidade judaica em Alexandria, o autor faz um apelo aos que detêm o poder, recordando que o poder vem de Deus e deve ser usado para promover a vida: “O governo que vocês têm nas mãos foi lhes dado pelo Senhor, e o domínio provém do Altíssimo” (Sb 6,3).







quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A Verdade vos libertará


Chegou setembro. Mês que traz o anúncio da primavera, das semeaduras, das flores, da alegria.
Setembro, mês das comemorações da semana da Pátria, das tradições gaúchas.
Setembro, mês da Romaria Diocesana em honra à Mãe Conquistadora, primeira devoção mariana em nossos pagos.
Setembro, mês da Bíblia para os católicos, onde cada ano é escolhido um livro para ser estudado, sendo que este ano é o da Sabedoria, e tem como lema “A Sabedoria é um espírito amigo do ser humano”.
Há quarentas anos atrás, quando concluía meus estudos em teologia, na Pontifícia Universidade Católica, em Porto Alegre, escolhia como lema para minha ordenação e vida presbiteral a frase do evangelho de João, capítulo oito, versículo trinta e dois: “A Verdade vos libertará”.
Eram anos difíceis, em plena ditadura, com muitas censuras e mentiras, omissões e perseguições. E quando se vive na escuridão, queremos que logo amanheça, para podermos voltar ao normal, sem medos e sem falsidades.
A verdade vos libertará continua sendo o meu norte, a minha busca e a minha motivação. Sem ceder a pressões e oposições.
No mês de abril último escrevi neste Olhar de Fé que “o uso de WhatsApp no Brasil é incrivelmente alto. É ali que se espalham as ‘verdadeiras lendas’, tanto na área política como nas demais, trazendo notícias falsas como sendo verdadeiras, que logo se espalham. Um exemplo: Papa Francisco, em menos de um mês, já passou por duas cirurgias, e agora está novamente hospitalizado e deve passar por um novo procedimento. Vamos rezar mil Ave-Marias pela saúde de nosso Papa.   As pessoas que recebem, nem fazem qual raciocínio ou juízo e já repassam para um maior número de amigos virtuais, querendo ser os primeiros a passar adiante esta ‘grande novidade’”.
Pois agora chegou a minha vez. Na última segunda-feira, dia de São Gregório, estando em Bagé, fazendo o atendimento no Bispado, fui surpreendido por uma enxurrada de mensagens e telefonemas avisando-me sobre um fake news sobre minha pessoa. No início fiquei sem graça, até pensando que fosse uma brincadeira ou uma pegadinha. Depois me dei de conta da maldade e das consequências de uma inverdade, não só para mim, mas para o Portal de notícias que foi usado e para a verdade.
Este é um momento para pensarmos sobre o uso correto das redes sociais e sentirmos que tudo o que fazemos tem suas consequências, mesmo que sejam brincadeiras de mau gosto.
Devemos aprender a lidar e a usar esta ferramenta, tão boa para a comunicação, mas que mal usada pode causar tanto mal e causar tantas dores também. Quem divulga ou repassa notícias falsas é igualmente responsável: cada um é responsável pelo conteúdo que repassa.
Nestes tempos em contínua mudanças e novidades, devemos aprender rapidamente a lidar com elas. Ter bom senso, prudência e juízo sempre faz bem.
Somos, e devemos ser, sempre, semeadores propagadores da verdade.
Cristo é a verdade. E a Verdade nos libertará!