terça-feira, 24 de março de 2015

Como viver a Semana Santa

Um Olhar de Fé:

............Com a Semana Santa, que tem seu início no Domingo de Ramos, terminam os quarenta dias da quaresma e começa nossa caminhada para celebrarmos os mistérios mais importantes da fé cristã.
............Esta semana é tão importante para os cristãos, que a chamamos de “santa”. Mas nem por isso ela é santificada pela maioria. Para muitos, é um belo feriadão, para passear, descansar, visitar amigos e parentes, pescar, viajar, ir “prá fora”... Nisto ela se torna uma semana como muitos outras em que existem prolongados feriadões.
............Para os que têm fé, porém, esta semana deve ser santificada. E a melhor maneira de fazê-la é mergulhando na pessoa de Jesus Cristo. Uma sugestão é participar das atividades e celebrações na sua Igreja. Para os católicos, ela começa com a Bênção e a Procissão dos Ramos, lembrando a entrada de Jesus em Jerusalém, na véspera de sua Páscoa.
............Este ano de 2015, estamos celebrando o Ano da Paz. Por isso, é o momento de caminharmos pedindo pela paz em nosso meio, paz em nosso país, paz em nosso mundo. Ao carregarmos em nossas mãos ramos, ervas, flores, bandeiras brancas, estamos pedindo ao Cristo, nossa Paz, que nos ajude a acabar com todas as formas de violência e discriminação, ódio e corrupção, que não nos deixa ser irmão.
............Outra sugestão é lermos e meditarmos o evangelho de Marcos, especialmente os capítulos 14, 15 e 16. E se tiverem tempo sugiro também o evangelho de João, especialmente os capítulos 13 a 18, que fala da “hora de Jesus”, o lava-pés, as últimas palavras de Jesus e a oração sacerdotal.
............Claro, e a participação no tríduo pascal, Quinta, Sexta e Sábado Santo, para podermos celebrar, com intenso júbilo e fé, a Ressurreição do Senhor, sua Páscoa definitiva e certeza de nossa Páscoa.
............Que os pais e avós celebrem também a Páscoa em clima de alegria e sentido cristão em família. Que os pobres sejam lembrados, os doentes visitados, o perdão acolhido, pedido e dado.
............Que não falte o compromisso de fazer a Páscoa acontecer para além da semana santa, todos os dias, toda a vida, todo o nosso existir.

terça-feira, 17 de março de 2015

A prática da fraternidade

Um Olhar de Fé:
............A Igreja é permanentemente desafiada à conversão. Conversão missionária, que a mantenha sempre “em saída” ao encontro de todos os que podem se encontrar em desorientação e vazio interior na sociedade.
............Algumas pistas de ação a partir da reflexão que estamos fazendo nesta Campanha da Fraternidade:
............no discernimento evangélico: cada batizado deve perguntar-se o que Deus lhe pede diante dos “sinais dos tempos. Para isto: refletir em família sobre o que favorece ou não a vida; analisar, em comunidade, o que se passa em sua realidade; buscar formas para contribuir na solução dos problemas percebidos.
............na ação das pastorais sociais: elas são a solicitude e o cuidado da Igreja com as pessoas em situação de exclusão, de defesa dos direitos dos necessitados, dos descartados da sociedade. Conhecer seus serviços, participar deles e ajudar a sustentá-los.
............no diálogo e colaboração em vista do bem comum: ação em parceria com instituições e entidades com boas iniciativas em favor da população carente. Neste aspecto está o diálogo ecumênico e inter-religioso.
............- na superação da violência e à construção da paz: a espiral da violência cresce e destrói vidas e famílias. Criar cultura de paz; inserir o tema da paz na liturgia e oração; articular momentos de oração pela paz com outros grupos religiosos; acompanhar famílias, jovens, escolas... com incidência de conflitos para ajudar a superá-los.
............nos conselhos paritários e participação social.
............- na participação na Reforma Política: A Igreja Católica integra a “Coalização pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas”, que propõe: proibição do financiamento de candidatos por empresas e implantação do financiamento democrático, público e de pessoas físicas, ambos limitados; adoção do “voto transparente”, proporcional, em dois turnos, pelo qual o eleitor escolhe um programa partidário e depois nomes; participação das mulheres; fortalecimento da democracia participativa, através do Plebiscito, Referendo, Projeto de Lei de Iniciativa Popular.
............na realização da Campanha da Fraternidade: Refletir o seu tema em encontros de lideranças específicas, de grupos de famílias, da comunidade; motivar sua reflexão nas escolas e nos grupos de jovens...
............na coleta da solidariedade: Participação ativa na vida da comunidade que serve e celebra, com testemunho da caridade. Outro é a oferta de doação em dinheiro na coleta da solidariedade no domingo de Ramos, 29 de março. Esta doação deve ser expressão do empenho quaresmal de conversão. Não é mera doação isolada. Por este gesto, a Igreja dá um testemunho de fraternidade e indica a partilha para a superação das grandes desigualdades sociais.
............No esforço quaresmal de maior identificação com Cristo, os cristãos, as comunidades cristãs descobrem e propõem modos de conviver que incluam a todos, buscando superar as atuais exclusões sociais, testemunhando a esperança, o consolo e o amor.

terça-feira, 3 de março de 2015

Presença e ação da Igreja na sociedade

Um Olhar de Fé:
            O tema da Campanha da Fraternidade 2015 nos mostra que há uma relação muito estreita entre a missão específica da Igreja, recebida de Cristo, de anunciar a Boa Nova da Salvação a todos os povos, e a responsabilidade de colaborar com a sociedade. O compromisso com a sociedade faz parte da sua missão. Não há oposição entre compromissos sociais e vida religiosa.
            No documento Gaudium et Spes (Alegria e esperança), do concílio vaticano II,  que trata da sua presença e da sua ação no mundo, a Igreja afirma claramente a relação entre sua missão específica e a sociedade e adverte: “o cristão que descuida dos seus deveres temporais falta aos seus deveres para com o próximo e até para com o próprio Deus, e põe em risco a sua salvação eterna” (GS 43).
            Na homilia na Ilha de Lampedusa, Papa Francisco denunciou a globalização da indiferença perante o drama dos que buscam desesperadamente a sobrevivência.
            Na América Latina, a partir do Vaticano II, a Igreja faz a antiga e sempre nova evangélica opção preferencial pelos pobres.
            As atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil apontam cinco urgências. A quinta, o serviço da vida plena para todos, indica desdobramentos para o cuidado e a proteção da dignidade humana em todas as etapas da sua existência, com a família (crianças, adolescentes, jovens, idosos) com os trabalhadores, com os migrantes, com o respeito às diferenças, com o combate ao preconceito e à discriminação, com o apoio a iniciativas de inclusão social dos indígenas e afrodescendentes, entre outros.
            No diálogo e colaboração com a sociedade, a Igreja segue três critérios: a dignidade da pessoa humana, o bem comum e a justiça social.
            A realização do bem comum se dá pela promoção e defesa da justiça social.
            À luz do Evangelho e diante da realidade própria de cada tempo e lugar, a Igreja é permanentemente desafiada à conversão. Conversão missionária, que a mantenha sempre “em saída” ao encontro de todos os que podem se encontrar em desorientação e vazio interior na sociedade.