terça-feira, 31 de maio de 2016

Lareira de Deus

Um Olhar de Fé:

............Nestes dias de frio costumam-se acender as lareiras ou os fogos de chão em nossas casas e galpões. As lareiras são aconchegantes e muito acolhedoras. Em torno delas nos sentimos mais família, mais comunidade.
............Assim também é a comunidade-Igreja e a comunidade-família. Ninguém faz fogo com uma acha de lenha somente. Precisamos ao menos duas. Três melhor ainda.
............Foi pensando nisso que me lembrei de uma parábola que recebi numa das mensagens pelas redes sociais.
............Conta-se que havia um membro da comunidade, um praticante que se destacava por sua disciplina, engajamento e participação. Essas qualidades somadas à paixão sincera por fazer parte daquela família o fizeram, ao longo dos anos, muito admirado e respeitado.           
............Certo dia, por motivo desconhecido pelos demais, este homem não apareceu mais. A sua ausência foi sentida pela comunidade, que senta sua falta. Então ela decidiu que alguém deveria fazer-lhe uma visita, para ver o que tinha acontecido.
............Era uma noite fria quando o amigo chegou à residência do afastado, que envergonhado preparou-se para uma repreensão. Acomodaram-se em frente à lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor. Em silêncio, sentaram-se e admiraram a beleza das chamas dançantes, enquanto desfrutavam da antiga e confortável companhia. 
............Sem emitir nenhuma palavra, o amigo retirou do centro da lareira a mais ardente das brasas e a colocou ao lado. Em alguns instantes, ela perdeu a intensidade de seu brilho, seu calor e esplendor. Os dois amigos contemplaram por alguns momentos aquele pedaço preto de madeira, já frio e morto, isolado dos demais. Ao se preparar para sair, o amigo reaproximou a lenha quase apagada das outras brasas que, juntas, sem se abalar com a remoção daquela pequena parte do todo, continuavam formando uma vistosa fogueira. Antes isolada e fria, em instantes, a brasa recuperou o ardor de outrora. Assim que o Mestre saiu sem se despedir, o bom discípulo captou a mensagem.
............Assim acontece com quem se afasta da comunidade ou da família. Por isso podemos dizer que a verdadeira Comunidade é a Lareira de Deus.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Maria de Guadalupe

Um Olhar de Fé:
............Uma das grandes devoções marianas em todo mundo é a de Nossa Senhora de Guadalupe. Ela apareceu pela primeira vez ao índio asteca Juan Diego, no México invadido pelos espanhóis. Na língua asteca, o nome Guadalupe significa Perfeitíssima Virgem que esmaga a deusa de pedra. Os Astecas adoravam a deusa Quetzalcoltl, uma monstruosa deusa, a quem eram oferecidas vidas humanas em holocausto.
............Era o ano de 1531. Estava o índio Juan Diego no campo. Ele sofria por causa da grave enfermidade de seu tio a quem muito amava. Juan rezava por seu tio quando teve a visão de uma mulher com seu manto todo reluzente. Ela o chamou por seu nome e disse em nauátle, a língua asteca: Juan Diego, não deixe o seu coração perturbado. Eu não estou aqui? Não temas esta enfermidade ou angústia. Eu não sou sua Mãe? Você não esta sob minha proteção?
............A Senhora pediu, então, que o índio fosse revelar sua mensagem ao Bispo local. A mensagem de que Ela iria acabar com a serpente de pedra, e que o povo do México iria parar com os holocaustos e se converter a Jesus Cristo. Além disso, deveria ser construída uma Igreja no local das aparições.
............O Bispo não acreditou no índio, mas ordenou que ele pedisse um sinal à Senhora para provar a veracidade da história. Quando Juan Diego voltou para o campo, Nossa Senhora de Guadalupe apareceu novamente a ele. Este lhe contou sobre a desconfiança do Bispo, porque Maria tinha pedido que fosse construída também uma grande igreja naquele local.
............Maria sorrindo, pediu a Juan Diego que subisse ao monte e enchesse seu poncho com flores. Era inverno. A neve recobria os campos. Naquela época, não nasciam flores naquela região do México. Juan Diego sabia disso. Porém, mesmo assim obedeceu. Chegando ao alto do monte em meio à neve, ele achou uma grande quantidade de flores cheias de grande beleza. Ele apanhou muitas flores, encheu seu poncho e foi levá-las ao Bispo.
............Com dificuldade Juan Diego foi recebido pelo Bispo. Ele tinha seu poncho ou sua Tilma, dobrado cheio de rosas. Então, ele abriu a tilma e as flores caíram no chão. Quando o Bispo viu, ainda não acreditou. Então, para espanto de todos os que estavam na sala, no poncho do índio estava estampada a bela imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, como o índio tinha revelado ao Bispo. Todos na sala acreditaram, inclusive o bispo. Desse momento em diante, tudo mudou.
............O fato causou grande comoção em todo o povo mexicano. Logo foi construída uma grande Igreja no local indicado por Nossa Senhora e o poncho de Juan Diego com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe impressa foi levado para ser venerado. Guadalupe se tornou o grande Santuário do México, e a devoção a Nossa Senhora de Guadalupe se estendeu por toda América Latina.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Maria de Fátima

Um Olhar de Fé:
............Muitas devoções marianas existem no mundo, assim como muitas maneiras carinhosas nós temos de nos dirigirmos às nossas mães. Mudam conforme os tempos, as culturas, as idades, os filhos. Só não muda nosso amor e carinho pela mãe.
............Algumas devoções marianas são mais teológicas, mostrando quem é Maria em nossa vida e na vida da Igreja. Outras devoções são devocionais e ainda outras da religiosidade popular. Algumas ainda são regionais e culturais e outras dependem das circunstâncias.
............Em dois mil e dezessete duas dessas devoções duas dessas devoções serão de modo especial comemoradas: trezentos de Nossa Senhora Aparecida e cem anos de Nossa Senhora de Fátima.
............E Fátima encanta pela sua história, mensagem e simplicidade. Em 1917 o mundo estava em plena Guerra, a chamada 1ª. Grande Guerra ou 1ª. Guerra Mundial. A humanidade estava perdida em seus valores e em sua ideologia. Era uma verdadeira batalha de trincheiras, não só no front, mas também nas ciências e religiões.
............E quando as famílias, os pais e os filhos estão ameaçados, o que faz uma mãe? Reúne as crianças e reza. Foi o que aconteceu na Cova da Iria, um vilarejo em Portugal, onde Nossa Senhora aparece a três crianças – Francisco, Jacinta e Lúcia – e as convida a rezar pela paz, pela conversão dos pecadores e pela salvação de todos.
............A mensagem de Fátima é simples e de uma grande candura, que todos podem assumir. Rezar todos os dias – o terço, um salmo, outra oração. Rezar e trabalhar pela paz. Pedir pela sua salvação e pela conversão de todos os pecadores.
............Tudo muito atual e que todos nós podemos fazer. Na simplicidade e na pureza de crianças.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Maria Mãe

Um Olhar de Fé:
............Maio. Maria. Mãe. Mães.
............Uma família sem mãe é uma família vazia. Uma sociedade sem mães seria desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. O Papa Francisco chega a dizer que “as mães transmitem o sentido mais profundo da prática religiosa nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, onde está inscrito o valor da fé na vida de um ser humano”.
............São as mães que transmitem as sementes da fé aos seus filhos, desde a mais tenra idade, sem muitas explicações (estas virão depois). Diz o Papa: “Sem as mães não haveria novos fiéis e a fé perdera boa parte do seu calor simples e profundo.” E a Igreja é mãe, nossa mãe! “Não somos órfãos, temos uma mãe! Nossa Senhora, a mãe da Igreja e a nossa mãe. Não somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães”.
............Não separemos as mães de Maria. Maria torna-se exemplo e modelo a ser imitado e recorrido. Ela está sempre presente na vida de seu Filho: na infância, na adolescência, no começo de sua missão, dando uma ajuda no primeiro sinal – “Filho, eles não têm mais vinho” -, no carregar a cruz, na dor e no calvário, na morte, na ressurreição, no começo da Igreja (Pentecostes) e na vida de todos nós.
............Se mãe é ser Maria. É não terceirizar afetos nem amores. E ter disponibilidade e saber impor limites e indicar caminho.
............Ser mãe é ser Maria, sobretudo no exemplo, na fé, na doação e na aceitação de sua missão.