Um Olhar de Fé:
............No tempo de quaresma, além de sermos convidados à prática da oração e da solidariedade, o jejum é um caminho proposto para nosso autocontrole e trilharmos o caminho da conversão.
............A prática do jejum, no tempo da Quaresma, precisa ser redescoberta. Trata-se não só de privar-se da gestão de alimentos, mas também de fazer uma contestação a tantas comodidades que a vida moderna nos oferece. Seria reforçar o nosso autodomínio, cuidar da nossa saúde, não desperdiçar, não entrar na onda do consumismo desenfreado e se abrir e partilhar com quem precisa da nossa solidariedade. Podemos encarar o jejum no sentido de renúncia.
............O saudoso Pe. Geraldo Leite, no Recife, orientava sua comunidade para “jejuns” bem específicos:
a) jejum da língua: evitar de falar o que não se deve. Fofocas, maledicências (primeira semana);
b) jejum dos passos: evitar frequentar lugares inconvenientes a um bom cristão (segundasemana);
c) jejum da vista: por exemplo, evitar novelas e certos programas de TV para participar dos encontros durante a semana, via-sacra, caminhadas penitencias (terceira
semana);
d) jejum do gosto: em comunhão com os que passam fome, evitar aqueles alimentos que mais apreciamos, como doces, sorvetes (quarta semana);
e) jejum do coração: buscar sempre o desapego das coisas que nos atrapalham de entrar no seguimento de Jesus Cristo (quinta semana).
............Durante a Quaresma a oração também deveria adquirir um novo sentido. Deveria não só ampliar a intensidade da oração individual e comunitária, mas também rezar em espírito e verdade, isto é, abrir-nos para o desejo de Deus em nós, para a gratuidade e o perdão, acolhendo a ternura e o abraço carinhoso de Deus que quer fazer de nós novas criaturas.