terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Nosso Jejum

Um Olhar de Fé:

............No tempo de quaresma, além de sermos convidados à prática da oração e da solidariedade, o jejum é um caminho proposto para nosso autocontrole e trilharmos o caminho da conversão.
............A prática do jejum, no tempo da Quaresma, precisa ser redescoberta. Trata-se não só de privar-se da gestão de alimentos, mas também de fazer uma contestação a tantas comodidades que a vida moderna nos oferece. Seria reforçar o nosso autodomínio, cuidar da nossa saúde, não desperdiçar, não entrar na onda do consumismo desenfreado e se abrir e partilhar com quem precisa da nossa solidariedade. Podemos encarar o jejum no sentido de renúncia.
............O saudoso Pe. Geraldo Leite, no Recife, orientava sua comunidade para “jejuns” bem específicos:
a) jejum da língua: evitar de falar o que não se deve. Fofocas, maledicências (primeira semana);
b) jejum dos passos: evitar frequentar lugares inconvenientes a um bom cristão (segundasemana);
c) jejum da vista: por exemplo, evitar novelas e certos programas de TV para participar dos encontros durante a semana, via-sacra, caminhadas penitencias (terceira
semana);

d) jejum do gosto: em comunhão com os que passam fome, evitar aqueles alimentos que mais apreciamos, como doces, sorvetes (quarta semana);
e) jejum do coração: buscar sempre o desapego das coisas que nos atrapalham de entrar no seguimento de Jesus Cristo (quinta semana).
............Durante a Quaresma a oração também deveria adquirir um novo sentido. Deveria não só ampliar a intensidade da oração individual e comunitária, mas também rezar em espírito e verdade, isto é, abrir-nos para o desejo de Deus em nós, para a gratuidade e o perdão, acolhendo a ternura e o abraço carinhoso de Deus que quer fazer de nós novas criaturas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Salve, salve a Romaria

Um  Olhar de Fé:
............O evento da 39ª Romaria da Terra, com o Encontro Continental dos Povos Guaranis, reunindo indígenas da Bolívia, Paraguai, Argentina, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mais o 11º Acampamento da Juventude, reuniu em torno de doze mil pessoas na cidade de São Gabriel, entre os dias 5 e 9 de fevereiro.
............O grande momento foi a celebração dos 260 anos da morte de São Sepé Tiarajú e seus mais de mil e quinhentos companheiros. Caravanas das dezoito dioceses do Estado se fizeram presentes, treze bispos, movimentos sociais, políticos, religiosos, imprensa. Durante a caminhada, que durou duas horas e começou na Sanga da Bica – local da morte de Sepé – rezou-se e cantou-se a Via Sacra Missioneira, escrita por D. Tomás Balduíno para a 1ª Romaria, em fevereiro de 1978, que agora foi atualizada na sua parte histórica, pelo pesquisador de Santo Ângelo, José Roberto de Oliveira, e acampanhada por uma “Plegária a São Sepé”, especialmente composta para o momento pelo músico argentino Martin Coplas, que cantou durante a romaria.
............Durante sua homilia, Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto velho, Rondônia, e Presidente do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) destacou sete passos, lembrando os Sete Povos das Missões, em sete gestos simbólicos:
1º gesto simbólico: convidar a tirar as sandálias (tênis, sapato, chinelo..) porque esse chão é sagrado.
2º gesto simbólico: convidar a ouvir a terra.
3º gesto simbólico: Sepé Tiaraju: filho, líder e mártir desta terra.
4º gesto simbólico: a comunidade.
5º gesto simbólico: artesanato indígena (fios coloridos tramados – a ideia da teia).
6º gesto simbólico: Colocar em prática.
7º gesto simbólico: O papa latino-americano – Papa Francisco.





quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Campanha da Fraternidade será ecumênica


             A Campanha da Fraternidade de 2016 será Ecumênica e apresenta o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e tem como lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). O objetivo principal é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.
Nesse tema e nesse lema, duas dimensões básicas para a subsistência da vida são abarcadas a um só tempo: o cuidado com a criação e a luta pela justiça, sobretudo dos países pobres e vulneráveis. Nessa Campanha da Fraternidade Ecumênica, queremos instaurar processos de diálogo que contribuam para a reflexão crítica dos modelos de desenvolvimento que têm orientado a política e a economia. Faremos essa reflexão a partir de um problema específico que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é a fragilidade e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em nosso país.
Perguntamos: como estão estruturadas as nossas cidades? Quem realmente tem acesso ao saneamento básico? No ano de 2014, o sudeste do Brasil viveu uma das maiores crises hídricas já registradas na história recente do país. Quem foi responsabilizado por isso? Por que os serviços de saneamento básico, considerados como direito humano básico pela Organização das Nações Unidas, estão em disputa?
Como Objetivos específicos constam para este ano:

1.   Unir igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e               do direito ao saneamento básico;
2.    Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico;
3.    Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água;
4.   Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico;
5.   Acompanhar a elaboração e a execussão dos Planos Municipais de Saneamento Básico;
6.   Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço em conjunto;
7.   Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública como obrigação do Estado;
8.    Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas.