terça-feira, 9 de setembro de 2014

Mateus e o seu Evangelho

            Para se entender melhor um texto, é preciso conhecer algumas coisas: quando foi  escrito, o contexto em que foi escrito, quem é o autor. Todo escrito é filho de uma época, de um lugar e de um conjunto de realidades bem concretas.
Com a Bíblia não é diferente. Toda palavra escrita ou falada tem sempre uma intenção. Assim também os livros sagrados.

            Este ano, a Igreja propõe para nossa reflexão e estudo o tema dos “Discípulos missionários a partir do Evangelho de Mateus”, destacando as últimas palavras de Jesus neste Evangelho: “Ide, fazei discípulos e ensinai” (cf. Mt 28,19-20). 
            A intenção de Mateus é provar aos seus contemporâneos que Jesus de fato é o Cristo, o Messias, o Filho de Davi, o Emanuel (Deus conosco). Seu Evangelho é escrito de uma maneira tal que mostra Jesus como um novo Moisés. Este sobe ao Monte Sinai para receber os Dez Mandamentos. Jesus sobe à Montanha para fazer o seu Sermão inicial, como que um discurso programático de sua missão, proclamando as Bem-aventuranças e o caminho para a felicidade.
            Para Mateus, Jesus sempre proclama a vontade do Pai, que é para concretizar aqui, agora, o seu Reino. É a comunidade a portadora da semente do Reino entregue por Jesus, o Senhor da história. É na comunidade que Jesus se encontra (“onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles”). É a comunidade o espaço da união, do perdão, da presença de Deus.
            Mateus encerra seu Evangelho com a promessa que está no início de seu escrito: “Emanuel, Deus conosco”. Jesus garante sua presença no meio daqueles que põem em prática a sua Palavra. Ele está presente na dura caminhada da comunidade e entre os que continuam sua missão. Até o fim dos tempos. E todo batizado deve ser seu discípulo missionário.

2 comentários:

  1. Sempre me chamou a atenção desde guri o fato de que todos quando precisavam de meditação , para ouvir profecias ou para receber informes dos Deuses subiam montanhas.....

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  2. Verdade, Paulo. Os antigos tinham a ideia de que Deus está "lá em cima". Quanto mais alto, mais perto de Deus. Esta ideia ainda está presente em nós. Na construção dos templos de estilo gótico, era esta ideia que estava pesente. Torres bem altas, para dizer que estamos bem perto de Deus.

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