Um Olhar
de Fé:
Na Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz, dia Primeiro de
Janeiro, o Papa Francisco lembra a primeira, do Papa Paulo VI, que dirigiu-se a
todos os povos: “A paz é a única e
verdadeira linha do progresso humano”. “No início deste novo ano, formulo
sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado
e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias
expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e
menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos
permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa.
Façamos da não-violência ativa o nosso
estilo de vida”, escreve Francisco.
Ele recorda que “o século passado foi arrasado por duas guerras
mundiais devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número
de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos
a braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços. Não é fácil saber se
o mundo de hoje seja mais ou menos violento que o de ontem, nem se os meios
modernos de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornem
mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela”.
“Esta violência que se exerce ‘aos
pedaços’, de maneiras diferentes e a variados níveis, provoca enormes
sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e
continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os
abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação
ambiental. E para quê? Porventura a violência permite alcançar objetivos de
valor duradouro? Tudo aquilo que obtém não é, antes, desencadear represálias e
espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a poucos ‘senhores da
guerra’?”
O Papa Francisco coloca a não-violência como caminho de paz: “Se a
origem donde brota a violência é o coração humano, então é fundamental começar
por percorrer a senda da não-violência dentro da família. ... Esta constitui o
cadinho indispensável no qual cônjuges, pais e filhos, irmãos e irmãs aprendem
a comunicar e a cuidar uns dos outros desinteressadamente e onde os atritos, ou
mesmo os conflitos, devem ser superados, não pela força, mas com o diálogo, o
respeito, a busca do bem do outro, a misericórdia e o perdão.”
“Uma ética de fraternidade e coexistência pacífica entre as
pessoas e entre os povos não se pode basear na lógica do medo, da violência e
do fechamento, mas na responsabilidade, no respeito e no diálogo sincero. Neste
sentido, lanço um apelo a favor do desarmamento, bem como da proibição e
abolição das armas nucleares: a dissuasão nuclear e a ameaça duma segura
destruição recíproca não podem fundamentar este tipo de ética. Com igual
urgência, suplico que cessem a violência doméstica e os abusos sobre mulheres e
crianças”.
E ele termina: “Todos desejamos a paz; muitas pessoas a constroem
todos os dias com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a
dificuldade de tantas tentativas para a construir”. No ano de 2017, comprometamo-nos,
através da oração e da ação, a tornar-nos pessoas que baniram dos seus
corações, palavras e gestos a violência, e a construir comunidades
não-violentas, que cuidem da casa comum. “Nada
é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de
paz”.
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