terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Advertências e ameaças


            Aprendemos, na vida, que o melhor remédio é a prevenção. E para prevenir é preciso tomar cuidado, escolher caminhos mais seguros e, muitas vezes, ouvir conselhos de gente experiente que gosta de nós.
            Quando andamos na estrada, vimos muitas placas de sinalização, que são advertências para nós, e não ameaças. As placas ajudam a dirigirmos com mais segurança e pede de nós muita prudência. Não são ameaças, mas auxílio. Claro, se não as obedecermos e seguirmos, se tornarão ameaça e desgraça.
            Assim é na vida. Assim é na Bíblia. “O tempo já se completou e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho” (Mc 1, 15). Não é uma ameaça, mas um convite de amor. É recado para sermos prudentes, não assustados.
            A fé para nós é um caminho e uma luz para o caminho. Nos faz ver diferentes, caminhar diferentes, pensar diferentes, valorizar pessoas e coisas diferentes. A fé nos “faz fazer” opções diferentes. Não é tudo que serve. É como dizia Sêneca: Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável”. Ou qualquer vento lhe serve. Tanto faz quanto fez.
            Vivemos numa época de ausência de grandes lideranças. Parece que as pessoas estão perdidas como um caminhão, em alta velocidade, desgovernado. Não bastam boas estradas: precisamos de bons motoristas. Não bastam boas intenções: precisamos boas realizações.
            É preciso estarmos atentos à estrada e à vida. Sabemos que se não observamos as placas de advertências, provavelmente teremos consequências. Por isso se diz que “é melhor prevenir que remediar”.
            Isso vale em todos os campos da vida e em todos os sentidos. No cuidado para com a natureza, nas relações familiares, na situação política, na organização social, na economia, no esporte, no lazer, na cultura, na religião, na família, na saúde, no trabalho...
            Todos os setores da nossa vida ganham novo espírito se forem inspirados pelos valores do Reino de Deus. Nosso tempo está marcado por muitos sinais positivos e também por muitas marcas negativas, que se tornam apelos à ação transformadora: convertei-vos!
            Repito novamente: o ser humano não está pronto. Temos um longo caminho a percorrer. Precisamos continuamente de mudança. Conversão é tarefa permanente de cada pessoa e de toda comunidade. Este é o grande apelo à humildade. Quem pensa que sabe tudo, que pode tudo, que é superior a tudo e a todos, que já está salvo, cuidado! A autossuficiência é a maior inimiga da perfeição e da prevenção.
            A Palavra de Deus é pois uma grande ajuda em nossa vida, e jamais uma ameaça ou um convite ao desleixo. Ela é “luz para o nosso caminho e lâmpada para nosso pés” (Sl 119, 105).



terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Escolhas acertadas


            O ser humano não nasce pronto. Estamos sempre nos aprontando. Vamos nos construindo no logo da vida e do tempo. Os instrumentos dessa construção são as escolhas que fazemos diante dos encontros com outras pessoas e realidades.
            Uma canção de Gonzaguinha diz: “toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas...” Mas não lições totalmente obrigatórias, inevitáveis. Dentro de certos limites, escolhemos que tipo de influência acolher. Quem não exerce esse poder de escolha vira boneco de teatro, manipulado, sem vontade própria, o que o povo chama de “maria-vai-com-as-outras”.
            Não crescemos sem os outros. Precisamos uns dos outros, que podem ser exemplo para nós. Mas não somos cópia do que recebemos. Selecionamos e transformamos o que outros nos oferecem para sermos essa maravilhosa obra única, essa pessoa sem igual que é cada um de nós.
            No evangelho de João temos uma passagem em o Batista tem a capacidade de dizer que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E Jesus responde aos primeiros discípulos que o procuram e lhe perguntam onde morava: “Vinde ver!” Hoje deveríamos estar capacitados para dar resposta semelhante a quem procurar conhecer o Deus com o qual fizemos aliança. As pessoas precisam “vir” à comunidade onde se alimenta a nossa fé.
            Mas não basta “vir”, é preciso “ver” algo motivador, digno de admiração. Aí teríamos três campos interligados para trabalhar, construindo algo que as pessoas se sintam felizes de ver. Um é o próprio atendimento pessoal, individual: a pessoa precisa ver que a comunidade a considera importante, a conhece pelo nome, interessa-se por seus sentimentos, ideias, capacidades e problemas. Um segundo campo é a relação com Deus, o clima de oração, alegre firmeza na fé. O terceiro campo seria a ação da comunidade para fora, na transformação da realidade, vivenciando no mundo a fraternidade e a justiça.
            Na experiência de Deus, no caminho para a fé, podemos colocar três passos para chegarmos ao objetivo.
1. Buscar: sempre estamos em busca. E quem procura vai encontrar. Temos sempre que estar a caminho, parar jamais. Buscamos um sentido para a vida, um projeto para nosso existir. E quem procura faz perguntas, vai atrás, fica inquieto. Por que a vida é assim? Existe um caminho para construir algo melhor? Como vencemos nossos medos e angústias? O que fazer diante de uma injustiça? Para que afinal existimos? Uma pergunta pode ser meio desesperada, mas é um sinal de busca.
2. Seguir:  quando encontramos o que buscamos, o segundo passo é seguir o caminho encontrado. Isso implica em conhecer melhor o que procurávamos e agora encontramos. No caso do evangelho, o próprio Jesus. Segui-Lo implica em conhece-Lo melhor, agir de acordo com os critérios do evangelho, viver de outra maneira e ter atitudes coerentes com o sentido do projeto de vida que Jesus oferece.
3. Permanecer: o seguimento e o achado tem que ser permanente. Não pode ser “fogo de palha”. É preciso manter-se firme quando as inevitáveis dificuldades aparecerem. Esse permanecer não significa seguir uma rotina, ficar estacionado num único tipo de entendimento e comportamento. A permanência inclui evolução, crescimento, transformação pessoal, impulsionada pela graça e pela criatividade que nos vem do Espírito Santo. É como dizia D. Hélder Câmara: “É preciso mudar muito para ser sempre o mesmo”.


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Foco em 2018

Um Olhar de Fé:

............Mais um ano em nossa vida. Na abertura do mesmo, o Papa Francisco pediu que coloquemos o nosso foco naquilo que é de fato importante, e não percamos tempo com banalidades e consumismos: “Reservar cada dia um tempo de silêncio com Deus é guardar a nossa alma, é guardar a nossa liberdade das banalidades corrosivas do consumo e dos aturdimentos da publicidade”.

............O papa Francisco pediu que todos tenham um "coração de mãe" durante o novo ano que se inicia. "Que a fé não seja reduzida apenas a uma ideia ou a uma doutrina. Nós temos necessidade, todos temos, de ter um coração de mãe que sabe proteger a tenacidade de Deus e escutar as necessidades dos homens.”

............E pediu que todos sejam amados. "Cada vida, daquela do ventre da mãe aos idosos, dos sofredores e doentes, até aquelas incômodas e as repugnantes, deve ser acolhida, amada e ajudada". "Também nós, cristãos em caminho, sentimos no início do ano a necessidade de recomeçar do centro, de deixar para trás os fardos do passado e recomeçar com o que importa.

............“Vós sois todos irmãos” é o lema da Campanha da Fraternidade, que terá como tema a superação da violência, ajudando na reflexão sobre a necessidade de criarmos uma cultura de paz. Pretende considerar que a violência nunca constitui uma resposta justa. A Igreja proclama, com a convicção de sua fé em Cristo e com a consciência de sua missão, que a violência é um mal, que a violência é inaceitável como solução para os problemas, que a violência não é digna do ser humano. A violência é mentira que se opõe à verdade de nossa fé, à verdade de nossa humanidade. A violência destrói o que ambiciona defender a dignidade, a vida, a liberdade dos seres humanos.

............O lema – Vós sois todos irmãos – busca resgatar o sentido da fraternidade dos povos, pois somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas de um mesmo Pai. Por isso, iluminados pelo Evangelho do Reino, somos chamados à não violência.

............2018 é o Ano do Laicato na Igreja Católica, que tem como tema para animar a mística é: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. O Ano do Laicato terá como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.

............Neste contexto, acontecerá já neste mês de janeiro, de 22 a 27, em Londrina, Paraná, o 14º. Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que terá como foco os desafios da evangelização no mundo urbano.

............Em Dom Pedrito, teremos em 2018 as Santas Missões, animadas pelos freis franciscanos, durante todo o mês de agosto, iniciando no dia três e encerramento no primeiro dia de setembro.