quarta-feira, 12 de setembro de 2018

LIVRO DA SABEDORIA


            Estamos em setembro, mês da Bíblia, lembrando o grande biblista São Jerônimo. Neste ano, o tema específico é: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida Livro da Sabedoria”; e o lema é: “A Sabedoria é um espírito amigo do ser humano” (Sb 1,6). Ou seja, a Sabedoria é uma expressão da amizade de Deus por nós, seres humanos. O livro da Bíblia que vai nos ajudar no aprofundamento deste tema é o livro da Sabedoria.
           O livro da Sabedoria, está entre os textos escritos já no final do período do Antigo Testamento, num momento fundamental do diálogo entre o judaísmo e a cultura grega. Neste sentido, ele é um bom predecessor do NT. Por isso, a sua língua é o grego e pertence aos chamados livros deuterocanônicos, por se encontrar apenas na Bíblia grega e, consequentemente, não entrar nem no Cânon judaico (da Bíblia hebraica) nem, mais tarde, no Cânon das igrejas protestantes.
        São sete os livros deuteterocanônicos (da segunda lista): Tobias. Judite. 1 e 2 Macabeus, Sabedoria. Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá) e Baruque.
          O livro da Sabedoria apresenta a súplica dos justos e o projeto deles para um governo segundo a justiça. Fazendo uma retrospectiva histórica o autor afirma que a Sabedoria de Deus sempre esteve presente na caminhada do povo de Deus, apontando o caminho para a justiça, vida e liberdade.
Essa obra foi escrita em grego, no final do século I antes de Cristo, na colônia judaica de Alexandria, que ficava no Egito. É o último livro do Antigo Testamento. Alguns falam da sua conclusão em torno do ano trinta antes da era cristã.
          O título do livro aponta para a “Sabedoria” como tema principal. Ela é o caminho para a justiça e a vida. Justiça e sabedoria estão intimamente relacionada. Desde o primeiro versículo, lemos: “Amem a justiça, vocês que julgam a terra” (Sb 1,1), pois “a justiça é imortal” (Sb 1,15).
O tema da justiça perpassa todo o livro: “Vestirá a justiça como couraça e usará como capacete um julgamento que não se pode subornar” (Sb 5,18); “Conhecer-te é a justiça perfeita, e reconhecer teu poder é a raiz da mortalidade” (Sb 15,3).
          Ao ler os textos relacionados à justiça, constata-se que os justos mencionadas 27 vezes no livro da Sabedoria, sofrem, resistem e gritam por justiça e julgamento contra os ímpios, também chamados de injustos: “Vamos oprimir o pobre e o justo. Vamos submeter o justo a insultos e torturas, para sabermos de sua serenidade e avaliarmos sua resistência” (Sb 2,10.19). “Então o justo estará de pé, cheio de coragem, diante daqueles (ímpios) que o oprimiram lhe desprezaram os esforços” (Sb 5,1).
Diante da opressão e discriminação dos governantes contra a comunidade judaica em Alexandria, o autor faz um apelo aos que detêm o poder, recordando que o poder vem de Deus e deve ser usado para promover a vida: “O governo que vocês têm nas mãos foi lhes dado pelo Senhor, e o domínio provém do Altíssimo” (Sb 6,3).







Um comentário:

  1. És um homem cheio de Sabedoria. Procuro sempre ler teus artigos. São excelentes. Oxalá nos ajude a ser mais justos e que nossos políticos também possam chegar perto.

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