terça-feira, 23 de outubro de 2018

Dois jeitos de ver a realidade

O Evangelho de Marcos, no capítulo dez, traz uma cena típica da fragilidade dos apóstolos e do ensinamento de Jesus. Dois jovens irmãos – João e Tiago – vão exigir de Jesus lugares de destaque na sua missão.
Na cabeça deles – e nossa hoje ainda, o poder é ter privilégios, autoridade significa mandar e impor suas ideias e seus jeitos de pensar o mundo.
Jesus coloca para eles as consequências da opção, que passa por ser capaz de dar a vida e renunciar a si mesmo. Chega a dizer que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, ENTRE VÓS, NÃO DEVE SER ASSIM.
Jesus insiste que os seus discípulos não tenham como modelo a ideologia do poder, do mando, da imposição a qualquer preço. Entre vós não deve ser assim, é a frase que nos deve orientar. Não copiar “os poderes do mundo”. Eles não são critérios para nós.
 E nos oferece um outro jeito de exercício da autoridade e do poder. QUEM QUISER SER GRANDE, SEJA VOSSO SERVO. QUEM QUISER SER O PRIMEIRO, SEJA O ESCRAVO DE TODOS. E coloca-se como referência, já que Ele é o Caminho a Verdade e a Vida: EU NÃO VIM PARA SER SERVIDO, MAS PARA SERVIR E DAR A MINHA VIDA PELA SALVAÇÃO DE MUITOS.
Durante a Romaria da Juventude, realizada em Dom Pedrito, os jovens refletiram muito sobre a necessidade da construção de uma cultura de paz. O mundo continua nos apresentar como proposta para resolver a paz e superar a violência, armar as pessoas, diminuir a maioridade penal, mais cadeias, mas investimentos na segurança...
Será esta a saída e a solução? Ou não seria melhor buscarmos, juntos, soluções mais duradouras e que ajudem a pacificar a sociedade?
É preciso construir uma sociedade onde a paz é o caminho, onde a fraternidade seja a meta, onde a participação solidária de todos seja a proposta.
O Evangelho nos ajuda a buscar um outro jeito de sermos felizes e de encararmos a nossa dura realidade. Os jovens nos pedem que se invista mais em políticas públicas para os jovens, onde eles possam ser ouvidos e onde possam dar suas propostas.
Os jovens querem ajudar a construir um futuro onde eles possam ser protagonistas, e não apenas objetos das ações. Os jovens querem espaço para o lazer, para a cultura, para o esporte. Os jovens querem ter voz e ter vez.
Entre nós não pode ser assim. É possível, sim, um jeito diferente de sociedade, onde o que vale não é o ter, mas o ser, isto é, o que vale não é o que temos, mas sim o que somos.
O cristianismo faz a diferença. Também no exercício do poder e da cidadania.
Por uma cultura de paz, sem ódios, sem violências, sem discriminações, sem vinganças e sem medos.
E não descansemos enquanto não encontramos a felicidade!

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