As novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o próximo quadriênio (2019 a 2023), foram aprovadas pelos participantes da 57ª Assembleia Geral, em Aparecida.
O central nas Novas Diretrizes é um novo chamado de retorno às fontes para olhar a experiência das comunidades primitivas e, inspirados por elas, formar, no hoje da história e na realidade urbana, comunidades eclesiais missionárias. “Que essas comunidades eclesiais missionárias tenham jeito de casa, de acolhida, não uma coisa estática, de paredes simplesmente, ou da estrutura física. Mas, acima de tudo, as diretrizes falam de um jeito de ser, de uma postura que lembre, evoque a ideia da casa que acolhe, que é espaço de ternura e misericórdia”, disse padre Manoel de Oliveira Filho, membro da Comissão do Texto Central.
O texto das diretrizes contempla os quatro pilares essenciais na fé cristã e na evangelização: PALAVRA, PÃO, CARIDADE e MISSÃO. Na proposta das diretrizes, a casa é sustentada por esses quatro pilares essenciais.
a) Palavra: é a Palavra de Deus e a iniciação à vida cristã;
b) Pão: é a liturgia e a espiritualidade;
c) Caridade: é o acolhimento fraterno e o cuidado com as pessoas, especialmente os mais frágeis e excluídos e invisíveis;
d) Missão: é impossível fazer uma experiência profunda com Deus na comunidade eclesial que não leve à vida missionária.
A realidade urbana fragmentada, carregada de luzes e sombras, mas também cheia de potencialidades, é definida muito mais do que um lugar social geográfico mas como uma mentalidade e cultura. “Nesta realidade a Igreja é convidada a ser presença. Como casa. Como comunidade eclesial missionária”, reafirmou.
A diretrizes apontam para um rumo muito bonito, porque partem de uma perspectiva de encontro com Deus e com os irmãos, numa dinâmica de acolhida, de portas abertas, de ir ao encontro, de espera e acolhida ativa para formar as comunidades.
As Igrejas e comunidades são convidadas a serem luzeiros no meio do mundo. As comunidades podem estar em qualquer lugar: no condomínio, numa praça, no trabalho. “Mas também nas paróquias, comunidades, nos colégios católicos, nas obras sociais”, disse.
“As novas diretrizes apontam para rumos e horizontes de avanço, de comprometimento apostólico e de comprometimento profético-transformador”, destacou.
A profecia não se dá apenas pela denúncia, embora seja fundamental, hoje mais do que nunca, mas também pelo anúncio de um jeito novo de ser e de viver.
A partir de agora, todas as instâncias, as pastorais e organismos, as dioceses, toda vida eclesial precisam entrar neste rumo, na direção apontadas pelas Diretrizes. “Seguir este caminho, acreditar no projeto e proposta. Vamos todos precisar, como Igreja, fazer um caminho de conversão, ler, estudar, colocar na mente e descer para o coração para transformar em realidade”, disse.
A CNBB apresenta diretrizes mais gerais, não apresenta um plano. Após a assembleia, segundo padre Manoel, o plano deve ser feito por cada instância da Igreja nas diferentes realidades. “Se a gente acredita no projeto vamos encontrar um caminho para que ele se torne real”, concluiu.
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