Cuidar do migrante, nosso irmão
“Eu era migrante e tu me
acolheste” (Mt 25,36)
“Onde está o teu irmão? (Gn
4,9)
Em tempos de coranavírus,
o tema do cuidado faz-se muito atual e necessário. Cuidar-se para cuidar dos
outros. Cuidar dos outros para cuidar da Casa Comum. É o intercâmbio do
cuidado: cuidamos uns dos outros,
cuidamos juntos da Casa Comum e Deus sempre cuida de todos nós.
A Semana do Migrante,
que celebramos entre os dias 14 e 21 de junho, retoma o tema do cuidado, já
colocado na Campanha da Fraternidade deste ano. E nos desafia a olharmos a
realidade da migração.
“É
fundamental nesta Semana do Migrante pensar o outro nessa alteridade
evangélica, na espiritualidade encarnada e vivenciada nas experiências de
acolhida, proteção, promoção e integração do migrante e refugiado. O próprio
Papa Francisco, que trouxe o lema do 106º Dia Mundial dos Migrantes e
Refugiados, em sua mensagem tradicional “Como Jesus, forçado a fugir”, nos
apela para olhar o desafio dos deslocamentos internos, que no mundo são mais de
41 milhões de pessoas.
É Deus
quem nos interpela: onde está o teu irmão, tua irmã? Qual a minha resposta a
DEUS? É a mesma resposta de Caim?: “Por acaso eu sou o guarda do meu irmão?”
Para que a minha resposta à Deus seja uma afirmação: “Eu sou o guarda do meu
irmão!” Precisamos nos lembrar que somos humanos; porém, muitas vezes, acabamos
não sendo irmãos uns dos outros, e nem nos dispomos a ajudar aqueles e aquelas
que estão ao nosso redor, precisando de solidariedade, consolo, amizade e
presença.” (Texto Base)
Como
nos lembra a parábola do bom samaritano, no evangelho de Lucas, capítulo 10, o
ensinamento de Jesus nos leva ao encontro do nosso próximo, caído, necessitado
de ajuda. E próximo aqui não é apenas alguém com quem possuímos vínculos, mas
todo aquele que sofre diante de nós. Não é a lei que estabelece prioridades,
mas a compaixão que impulsiona a fazer pelo outro aquilo que é possível,
rompendo, dessa forma, a indiferença. A fé leva necessariamente à ação, à
fraternidade e à caridade.
A
Campanha da Fraternidade nos lembrava que a “vida nos traz oportunidades de
concretizar a fé em atitudes bem específicas. Para perceber os outros,
principalmente em suas necessidades, não bastam os conceitos, mas, sim, a
compaixão e a proximidade. Não se deve questionar quem é o destinatário do
amor. Importa identificar quem deve amar e não tanto quem deve ser amado, pois
todos devem ser amados, sem distinção. Não importa quem é o próximo. Importa
quem, por compaixão, se torna próximo do outro (Lc10,36). A medida do amor para
com o próximo não é estabelecida com base em pertença religiosa, grupo social
ou visão de mundo. Ela é estabelecida pela necessidade do outro, acolhendo como
próximo qualquer pessoa de quem se possa acercar com amor generoso e operativo.
Isso abre uma nova perspectiva nos relacionamentos, excluindo a indiferença
diante da dor alheia.” (Texto Base
CF/2020).
A
nossa Semana do Migrante valoriza a dedicação e coragem para dar a Deus uma
resposta positiva quando ele perguntar “Onde está teu irmão, tua irmã? Então
iremos dizer:“SIM, EU CUIDO DO MEU IRMÃO, DA MINHA IRMÃ MIGRANTE e isso é
coletivo, é comunitário, é alteridade, é Reino de Deus no meio de nós!
Oxalá, aprendêssemos as nos amar como amados de Deus e assim amar quem precisa de nós, por quem somos responsáveis.Abraço e parabéns Padre alex.
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