terça-feira, 24 de abril de 2018

O caminho da santidade para Francisco


Os desafios de ser santos no mundo atual. Este é o tema da Exortação Apostólica 'Gaudete et Exsultate' (Alegrai-vos e exultai), onde o Papa Francisco dá indicações sobre como viver a santidade - um chamado que é para todos - em um mundo que apresenta tantos desafios à fé. O título repete as palavras que Jesus dirige "aos que são perseguidos ou humilhados por causa dele”.
Nos cinco capítulos e 44 páginas do documento, o Papa segue a linha de seu magistério mais profundo, a Igreja próxima à "carne de Cristo sofredor." Os 177 parágrafos não são – adverte -  "um tratado sobre a santidade, com muitas definições e distinções", mas uma maneira de "fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade", indicando "os seus riscos, desafios e oportunidades"(n. 2).
Além de todas as "teorias sobre o que é santidade", existem as Bem-aventuranças. Francisco coloca-as no centro do terceiro capítulo, afirmando que com este discurso Jesus "explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo" (n. 63). O Papa as repassa uma a uma. Da pobreza de coração - que também significa austeridade da vida (n. 70) - ao reagir “com humilde mansidão” em um mundo onde se combate em todos os lugares. (n. 74). Da "coragem" de deixar-se "traspassar" pela dor dos outros e ter "compaixão" por eles - enquanto " o mundano ignora, olha para o lado" (nn 75-76.) - à sede de justiça.
“A realidade mostra-nos como é fácil entrar nas veredas da corrupção, fazer parte desta política diária do “dou para que me deem”, onde tudo é negócio. E quantos sofrem por causa das injustiças, quantos ficam assistindo, impotentes, como outros se revezam para repartir o bolo da vida”. (nn. 78-79).
Do "olhar e agir com misericórdia", o que significa ajudar os outros "e até mesmo perdoar" (nn. 81-82), "manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor” por Deus e o próximo, isto é santidade. (n.86).

E finalmente, do "semear a paz" e "amizade social" com "serenidade, criatividade, sensibilidade e destreza" - conscientes da dificuldade de lançar pontes entre pessoas diferentes (nn. 88-89) – ao aceitar também as perseguições, porque hoje a coerência às Bem-aventuranças "pode ser mal vista, suspeita, ridicularizada" e, no entanto, não se pode esperar, para viver o Evangelho, que tudo à nossa volta seja favorável" (n. 91).



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