O Evangelho nos faz refletir sobre o mistério da
salvação que vem para todos. O povo de Israel foi o povo da antiga aliança, que começou com Abraão e seus
descendentes. Deus se revelou de uma forma extraordinária para este povo humilde,
nômade e pouco numeroso. Todas as grandes nações da época acreditavam em vários
deuses. Eram povos de cultura, mas de uma religiosidade que não alcançava a altura
do povo hebreu. Daí se pode deduzir a certeza de uma “revelação particular” de
Deus a este povo. Dentro do mistério da salvação da humanidade, o povo de
Israel teve uma função essencial. Aos poucos esta revelação particular vai
dando lugar a uma revelação universal que será finalizada na graça de
Pentecostes com a vinda do Espírito Santo que irá esclarecer o sentido da vinda
de Cristo. As pessoas que aceitam o plano de Deus anunciado por Jesus Cristo,
ao serem batizadas, começam a participar automaticamente do mistério cristão.
Já não temos uma religião ligada a uma cultura específica, mas a uma prática
que é orientada pela ação direta do Espírito Santo.
Jesus
reclama a falta de aceitação de sua pessoa entre os seus conterrâneos. Talvez
não fosse fácil para o povo admitir que uma pessoa simples como ele pudesse ter
tanta sabedoria. Mais ainda, que um homem tivesse a natureza divina. Em vez de
crerem na intervenção direta de Deus, questionam a origem de seu saber. Como a
revelação de Deus é misteriosa por sua própria natureza, Jesus dá exemplos de
outras pessoas que não faziam parte do povo e que foram salvas. Esta lição
serve para nós também que já recebemos o batismo e somos o povo da nova
aliança. Devemos nos questionar sobre a forma de aceitação da pessoa de Jesus
dentro de nossa vida. Os cristãos são chamados a uma prática com base na
experiência de amor provocada em suas vidas pela amizade com Jesus. Aceitá-lo
como nosso salvador e amigo, que caminha conosco em todos os momentos de nossa
vida é essencial para nossa salvação.
O
Espírito Santo em Pentecostes irá universalizar definitivamente a mensagem de
Jesus que não será só do povo de Israel, mas de todos aqueles que descobrem a
realidade de que somos profundamente amados por Deus. Cabe a nós aceitarmos e
anunciarmos a Cristo com todas nossas forças. Ele deve ser bem recebido na sua
casa que é o nosso coração e dentro da realidade em que estamos vivendo.
O
profeta é enviado por Deus. A sua missão não é escolhida ou determinada segundo
suas conveniências, mas pelo próprio Deus, conforme as necessidades. Muitas
vezes ele vai falar coisas que os outros não vão gostar de ouvir. Aí começa a
perseguição ao profeta. Mas quem tem consciência de quem recebeu esta missão de
Deus não desiste de profetizar.
A
profecia bíblica é assim: de um lado, denuncia o que está errado e mostra as
consequências disso na vida do povo de Deus. Por isso convoca para a conversão.
De outro lado, anuncia a mudança, a libertação que certamente acontecerá. Por
isso infunde esperança.
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