quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Fazer a diferença


Se cada um fizer a sua parte, tudo se resolverá!” A Campanha da Fraternidade deste ano nos propõe a reflexão da cidadania e a construção de uma sociedade com justiça e direitos respeitados.
            O manual publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil traz uma série de subsídios para conhecermos o que é a construção de políticas públicas e como podemos participar. Uma história, já conhecida, é relembrada;
            “Uma tempestade encheu a praia de estrelas-do-mar, caramujos e outros pequenos animais marinhos que não iriam sobreviver fora de seu ambiente natural. Uma senhora idosa começou a salvar essas criaturas, devolvendo-as ao mar uma a uma. Um turista ficou espantado e começou a questionar: - Por que a senhora está fazendo isso? Não vê que é inútil? São muitas criaturas marinhas, não vai dar para resolver isso. A senhora não vai resolver esse problema, não vai fazer diferença! A velhinha sorriu, pegou mais uma estrela-do-mar e, antes de jogá-la na água, disse: - Para essa, eu vou fazer a diferença!”
            Essa história é para pensar em algo que vai muito além de salvar um ou outro animalzinho. Ela quer nos fazer pensar que se cada um, de fato, fizer o que está ao seu alcance, algo bom pode se realizar. Não podermos fazer tudo não é motivo para ficarmos indiferentes às necessidades dos outros.
            Somos todos cidadãos, membros da cidade. A origem da palavra cidadania vem do latim civitas, que quer dizer cidade. Na Grécia antiga, considerava-se cidadão aquele nascido em terras gregas. Em Roma a palavra cidadania era usada para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. 
            Juridicamente, cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. Em um conceito mais amplo, cidadania quer dizer a qualidade de ser cidadão.           A relação do cidadão com o Estado é dúplice: de um lado, os cidadãos participam da fundação do Estado, e portanto estão sujeitos ao pacto que o criou, no nosso caso a Constituição Federal de 1988. Portanto, sendo o Estado dos próprios cidadãos, os mesmos têm o dever de zelar pelo bem público e participar, seja através do voto, seja através de outros meios, formais e informais, do acompanhamento e fiscalização da atuação estatal.           Ao mesmo tempo, os agentes estatais, como cidadãos investidos de funções públicas, tem o dever de atuar com base nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, prestando contas de todos os seus atos. Uma relação harmoniosa entre as expectativas dos cidadãos e a atuação estatal é o ideal a ser alcançado por qualquer sociedade.          O conceito de cidadania vai muito além do Estado, pois ser cidadão significa também tomar parte da vida em sociedade, tendo uma participação ativa no que diz respeito aos problemas da comunidade.            Colocar o bem comum em primeiro lugar e atuar sempre que possível para promovê-lo é dever de todo cidadão responsável. A cidadania deve ser entendida, nesse sentido, como processo contínuo, uma construção coletiva que almeja a realização gradativa dos Direitos Humanos e de uma sociedade mais justa e solidária. E isso faz a diferença!



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