terça-feira, 8 de maio de 2018

A mão de Deus une e liberta

              Atendendo ao desejo do próprio Jesus, que na oração sacerdotal (João 17), pede que ao Pai “para que sejam um como nós”, as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), promovem a Semana de Oração pela Unidade Cristã, de 13 a 20 de maio, semana entre a Ascensão do Senhor aos Céus e o Pentecostes.
            O tema escolhido para este ano vem das Igrejas do Caribe e nos convidam a refletir sobre a presença de Deus, guiando, sustentando e libertando nossos povos. O lema está inspirado no texto do Êxodo capítulo 15, a partir do canto de Miriam e Moisés: A mão de Deus nos une e liberta.
            A contínua esperança e coragem que Deus deu aos hebreus continua a trazer esperança a todos os povos. E cada vez mais é necessário somar forças, dar testemunho, trabalhar juntos para prestar solidariedade a todos os necessitados, principalmente aos mais vulneráveis.
            Na apresentação dos subsídios para a Semana de Oração, os dirigentes do CONIC afirmam “que Deus é Deus de libertação. No Êxodo vemos como Ele não aceitou a escravidão do povo hebreu pelo Egito. Deus ouviu o clamor e solidarizou-se com o sofrimento do seu povo escravizado. A sua solidariedade foi política no sentido de desafiar as pessoas escravizadas a se organizarem para a libertação. A mão de Deus não foi assistencialista, nem foi conformista. Ela movimentou as pessoas para se unirem e se organizarem para sair da dominação a que estavam submetidas.”
            E continuam nossos dirigentes do Conselho de Igrejas Cristãs: “Muitas vezes pensamos que o trabalho escravo é algo que pertence ao passado. Infelizmente, isso não é verdade. O trabalho escravo ainda hoje é realidade. No ano de 2017, lemos nos ornais sobre o leilão de pessoas refugiadas como escravas realizado na Líbia. No Brasil, o trabalho escravo não findou com a Lei Áurea. Ainda hoje são descobertas pessoas obrigadas a se submeterem a condições de trabalho análogas à escravidão. Em 20127, foi publicada a Portaria MTB No. 1129 que alterou as regras que combatiam o trabalho escravo. Segundo a Portaria, para poder caracterizar um trabalho como análogo à escravidão, é necessário que a pessoa tenha reduzido o seu direito de ir e vir. As demais variáveis presentes em um trabalho análogo à escravidão, sozinhas, não são mais considerados elementos suficientes para caracterizar o trabalho escravo, entre elas: trabalho forçado, jornada exaustiva e condições degradantes.”
            O tema da Semana de Oração pela Unidade nos desafia e desacomoda. Ele tira o véu de realidades escondidas, invisibilidades e que nos incomodam. A fé em Jesus Cristo e seu Reino abre nossos olhos para o sofrimento dos irmãos e irmãs provocando-nos a sair da indiferença. A nossa fé cristã nos desacomoda, pois exige que não compactuemos com os projetos que querem continuar exercendo poder e definindo que algumas pessoas serão sacrificadas para que outras vivam em abundância.
            A Semana de Oração pela Unidade Cristã fortalece a nossa comunhão para a edificação do Reino de Deus e sua justiça.



             

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