Qual a oração mais poderosa
que podemos rezar? Certamente é a oração que o próprio Jesus rezava e, a pedido
dos discípulos, nos ensinou a rezar: o Pai
Nosso.
O evangelista Lucas nos transmite uma versão mais
condensada desta coração. É um resumo genial do que podemos pedir a Deus, muito
bem temperado com aquilo que Deus pode querer de nós.
No Pai Nosso, pedimos que se santifique o nome do Senhor
– e isso se faz pela prática da justiça.
Pedimos que venha o Reino para que a vontade de Deus seja
feita e a terra fique parecida com o céu – e com isso nos dispomos a trabalhar
pelos valores do Reino.
Pedimos o perdão e lembramos a nós mesmos o dever de
perdoar.
Pedimos o pão, mas é o pão de hoje, não a acumulação que
enche algumas mesas e deixa muitas outras vazias.
Tudo o que pedimos podia se resumir no final: não ceder à
tentação e ficar livre do mal. É um típico pedido que coincide com o profundo
desejo de quem o vai receber. Pois não sabemos que tudo o que Deus mais quer é
que a gente resista ás tentações e que o poder do mal seja vencido? Nós pedimos
e Deus é o primeiro a “torcer” para que a gente consiga tudo que está pedindo,
com todas as consequências decorrentes.
No Pai Nosso pedimos tudo que Deus está ansioso para nos
dar e nos colocamos a serviço do Reino: seja feita a vossa vontade.
Deus só quer o nosso bem, mas nós nem sempre sabemos o
que pedir. Pedi e recebereis, diz Jesus. E exemplifica: um pai não dá uma pedra
a um filho que pede pão, nem uma serpente ao filho que pede peixe. É verdade.
Mas o pai certamente se recusaria a dar uma serpente ao garotinho que esperneia
por ela, pensando que é bichinho de estimação. Nem sempre temos o discernimento
de pedir o que é melhor.
Por outro lado, há situações que têm que ser enfrentadas,
para o crescimento da própria pessoa e o bem de outras. O próprio Jesus, que
tinha a intimidade com o Pai, pede que ele afaste o cálice da dor, mas logo
acrescenta que o mais importante é que o projeto de Deus vá para a frente, é o
projeto da salvação da humanidade, que não deveria ficar incompleto.
Na verdade, o grande dom não é receber presentes de Deus
ou da vida, mas saber o que fazer com eles para que tudo sirva à construção do
bem.
Jesus afirma ainda que aquele que busca, encontra. Que
busca o que? Quem busca encrenca, vício, corrupção, facilmente encontra: é a
lei do convívio humano. Quem busca o bem com sinceridade também o encontrará: é
promessa de Deus. Bom mesmo é ter o discernimento, a sabedoria, para perceber o
que deve ser buscado, em que direção devemos empenhar nossas forças. Aí o
Evangelho nos indica o que sempre devemos pedir: Deus não negará o Espírito
Santo àqueles que o pedirem. Com esse dom estamos capacitados para avaliar as
ofertas do outros, distinguindo entre tentações que nos afastam de Deus e
oportunidades que nos desafiam a crescer no meio de possíveis dificuldades.
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