quinta-feira, 25 de julho de 2019

Oração poderosa


        
       Qual a oração mais poderosa que podemos rezar? Certamente é a oração que o próprio Jesus rezava e, a pedido dos discípulos, nos ensinou a rezar: o Pai Nosso.
         O evangelista Lucas nos transmite uma versão mais condensada desta coração. É um resumo genial do que podemos pedir a Deus, muito bem temperado com aquilo que Deus pode querer de nós.
         No Pai Nosso, pedimos que se santifique o nome do Senhor – e isso se faz pela prática da justiça.
           Pedimos que venha o Reino para que a vontade de Deus seja feita e a terra fique parecida com o céu – e com isso nos dispomos a trabalhar pelos valores do Reino.
             Pedimos o perdão e lembramos a nós mesmos o dever de perdoar.
          Pedimos o pão, mas é o pão de hoje, não a acumulação que enche algumas mesas e deixa muitas outras vazias.
            Tudo o que pedimos podia se resumir no final: não ceder à tentação e ficar livre do mal. É um típico pedido que coincide com o profundo desejo de quem o vai receber. Pois não sabemos que tudo o que Deus mais quer é que a gente resista ás tentações e que o poder do mal seja vencido? Nós pedimos e Deus é o primeiro a “torcer” para que a gente consiga tudo que está pedindo, com todas as consequências decorrentes.
            No Pai Nosso pedimos tudo que Deus está ansioso para nos dar e nos colocamos a serviço do Reino: seja feita a vossa vontade.
          Deus só quer o nosso bem, mas nós nem sempre sabemos o que pedir. Pedi e recebereis, diz Jesus. E exemplifica: um pai não dá uma pedra a um filho que pede pão, nem uma serpente ao filho que pede peixe. É verdade. Mas o pai certamente se recusaria a dar uma serpente ao garotinho que esperneia por ela, pensando que é bichinho de estimação. Nem sempre temos o discernimento de pedir o que é melhor.
         Por outro lado, há situações que têm que ser enfrentadas, para o crescimento da própria pessoa e o bem de outras. O próprio Jesus, que tinha a intimidade com o Pai, pede que ele afaste o cálice da dor, mas logo acrescenta que o mais importante é que o projeto de Deus vá para a frente, é o projeto da salvação da humanidade, que não deveria ficar incompleto.
          Na verdade, o grande dom não é receber presentes de Deus ou da vida, mas saber o que fazer com eles para que tudo sirva à construção do bem.
          Jesus afirma ainda que aquele que busca, encontra. Que busca o que? Quem busca encrenca, vício, corrupção, facilmente encontra: é a lei do convívio humano. Quem busca o bem com sinceridade também o encontrará: é promessa de Deus. Bom mesmo é ter o discernimento, a sabedoria, para perceber o que deve ser buscado, em que direção devemos empenhar nossas forças. Aí o Evangelho nos indica o que sempre devemos pedir: Deus não negará o Espírito Santo àqueles que o pedirem. Com esse dom estamos capacitados para avaliar as ofertas do outros, distinguindo entre tentações que nos afastam de Deus e oportunidades que nos desafiam a crescer no meio de possíveis dificuldades.

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