Entre os dias 23 a 27 de janeiro de
2018, na Arquidiocese de Londrina, PR, aconteceu o 14º Intereclesial de CEBs
(Comunidades Eclesiais de Base) com a participantes de 3.300 representantes das
comunidades de todo o Brasil, onde foi partilhada a valiosa experiência
vivenciada neste encontro.
Da carta final, trazemos alguns trechos para
nosso conhecimento e partilha. “Diante dos clamores e desafios apresentados,
fizemos a experiência de Moisés na sarça ardente, ao ser desafiado
por Javé, o Deus libertador, que viu, ouviu e, ao descer, o enviou para
libertar o seu povo do sistema de escravidão que aprisiona os corpos e coloniza
as mentes.
Na vivência de uma Igreja em
saída, como cristãos leigos e leigas, padres, religiosos, religiosas, diáconos,
pastores e pastoras, bispos, lideranças de povos originários e tradicionais,
nos colocamos numa postura de diálogo, em que cada pessoa tem algo a aprender
com a outra e todas à escuta do ‘Espírito da verdade’ (Jo 14, 17), procuramos
conhecer o que Ele ‘diz às Igrejas’ hoje (Ap 2, 7).
Reafirmamos nosso compromisso com
uma Igreja da escuta e do diálogo. Queremos colaborar para que todos os
organismos de serviços pastorais permaneçam conectados com a base e partam das
pessoas, sobretudo, dos pobres e excluídos, dos desafios de cada dia e de seus
clamores. Assim nos tornaremos uma Igreja em saída.
As CEBs continuam sendo um
“sinal da vitalidade da Igreja” (RM 51). Os discípulos e as discípulas de
Cristo nelas se reúnem na escuta e na partilha da Palavra de Deus. Buscam
relações mais fraternas, igualitárias e inclusivas. Superam a cultura machista
e o clericalismo. Celebram os mistérios cristãos e assumem o compromisso de
transformação da sociedade e a defesa da criação, a nossa casa comum.
As mudanças culturais, os desafios e
clamores da sociedade globalizada e da cultura urbana, o desmonte das
estruturas democráticas em nosso País, a perda dos direitos civis e sociais e a
degradação da dignidade humana e da criação levam as CEBs a assumirem os
seguintes compromissos:
- transmitir às novas gerações as experiências e os valores das gerações anteriores;
- promover a cultura da vida;
- tornar-se uma Igreja de comunidades em rede, com novos ministérios, que inclua a mulher em sua plena dignidade eclesial;
- incentivar o protagonismo das juventudes e combater o seu extermínio;
- apoiar as lutas dos povos indígenas, da população negra e quilombola, dos pescadores artesanais, da população em situação de rua, dos migrantes e refugiados, da população encarcerada, das crianças e dos idosos por cidadania plena;
- cobrar políticas públicas de inclusão social, participar dos conselhos de cidadania, promover a democracia direta e participativa e a autodeterminação dos povos;
- promover práticas de economia popular, solidária e sustentável;
- reafirmar a vocação política dos cristãos e cristãs;
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