Um Olhar de Fé:
............Quem me conhece sabe que eu gosto muito de me inspirar ou citar exemplos e vida de pessoas. Isso na literatura, na história, na Bíblia e nos santos e santas que a Igreja nos apresenta, bem como dos lutadores contra toda opressão e injustiça.
............Uma destas pessoas que me impressionam é o ex-presidente do Uruguai José Mujica. Ele vive numa casa humilde e possui um velho fusca, que não anda mais que 70 km por hora. Já lhe ofereceram um milhão de dólares por ele; rejeitou a oferta por respeito ao velho carro que diariamente lhe levava ao palácio presidencial e por consideração do amigo que lho havia dado de presente.
............Quando presidente doava 90% do seu salário. Dizia que com essas doações “sentimos e multiplicamos nosso compromisso com a sociedade”. Durante seus cinco anos de governo, Pepe Mujica doou 550 mil dólares de seu salário. Desta quantia, 400 mil dólares foram destinados a um programa de habitação social, criado em 2010, enquanto o restante foi apoio ao seu partido Frente Amplio (FA). Mujica disse estar consciente de que doações não mudam o mundo, “mas sentimos e multiplicamos nosso compromisso com a sociedade”.
............Mujica ficou conhecido como o “presidente mais solidário e humilde do mundo”, devido ao fato de ter doado 90% de seu salário para obras de caridade, em sua gestão. Segundo sua mais recente declaração de bens, Mujica tem, com sua esposa, um patrimônio de 200 mil dólares: sua casa (em uma chácara), dois fuscas velhos e três tratores.
............Sobre a “cultura do capital”, ele diz que ela opõe ricos e pobres e “induz os pobres a buscarem ser como os ricos. Agiliza todos os meios para que se façam consumidores. Quanto mais são inseridos no consumo mais demandas fazem, porque o desejo induzido é ilimitado e nunca sacia o ser humano. A pretensa felicidade prometida se esvai numa grande insatisfação e vazio existencial”.
............Nos alerta sobre a “ânsia de acumular”: ela não nos deixa tempo para simplesmente viver, celebrar a convivência com os outros e nos sentir inseridos na natureza. Essa cultura é anti-vida e anti-natureza, devastada pela voracidade produtivista e consumista.
............Importa viver o que pensamos, caso contrário pensamos como vivemos: a espiral infernal do consumo incessante, “Impõem-se a simplicidade voluntária, a sobriedade compartilhada e a comunhão com as pessoas e com toda realidade”, nos diz esse “senhor político”!