A Diocese de Bagé,
criada e instalada em 1960, administrada por D. Antônio Zattera e tendo como
Vigário Geral o Cônego Luiz Gonzaga de Carvalho, recebe a notícia da nomeação
de seu primeiro bispo no dia 25 de março de 1961. Era o Cônego José Gomes,
natural de Erexim, pertencente ao presbitério da Diocese de Passo Fundo, onde
era o Diretor da Faculdade de Filosofia. No dia do anúncio de sua eleição, ele
completava quarenta anos de idade. Um jovem padre, agora bispo, para uma jovem
e grande diocese.
D.
José foi ordenado na Catedral de Passo Fundo, no dia 25 de junho, quando a
Diocese de Bagé completava um ano de sua criação. Tomou posse como Bispo
Diocesano no dia 16 de julho, um dia antes das comemorações dos cento e
cinquenta anos de fundação da cidade de Bagé. Escolheu como lema Amar um ao outro.
A
primeira missão como bispo foi a ordenação do Pe. Hermes da Silva Ignácio, na
Igreja Matriz de Sant’Ana, em Livramento, no dia vinte e três de julho.
No
dia onze de outubro de 1962, iniciava o 21º. Concílio Ecumênico da Igreja, o
Vaticano II, com a presença de 2.540 padres conciliares, entre eles D. José
Gomes. Esta Primeira Sessão terminou no dia oito de dezembro, com a presidência
do Papa João XXIII, que tinha convocado o Concílio no dia vinte e cinco de
janeiro de 1959, na Basílica de São Paulo, em Roma. Ele faleceu aos três de
junho de 1963, aos oitenta e um anos de idade. Em seu lugar foi eleito Cardeal
Montini, de Milão, que passou a ser o Papa Paulo VI, confirmando a continuidade
do Concílio Ecumênico. Na Segunda Sessão, ocorrida do dia trinta de setembro ao
dia quatro de dezembro, quando foi promulgado o documento litúrgico mais
importante e decisivo até hoje, a Sacrosanctum
Concilium (Constituição sobre a Sagrada Liturgia), que, entre outras
coisas, permitiu a missa na língua vernácula de cada país. Após esta sessão
conciliar, D. José viajou à Terra Santa.
Em
abril de 1963 foi adquirido o terreno e o castelo do Visconde de Magalhães, na
Vila Santa Teresa, em Bagé, para a construção do Seminário Menor. Em 1964, um
ano de grande atividade para a Diocese, com a reforma do prédio e adequação
para ali funcionar o seminário diocesano. D. José se absorve de tal maneira,
sendo o grande mestre e operário da obra, que não consegue participar da
Terceira Sessão Conciliar, onde foi aprovada a Constituição Lumen Gentium.
Em março de 1965 foi inaugurado o Seminário São Pio X,
tendo como primeiro reitor o frei capuchinho Pascásio de Araçá. Ainda neste ano
D. José Gomes participa da Quarta e última Sessão Conciliar, que aconteceu entre
os dias catorze de setembro e oito de dezembro.
Na
época de D. José os padres da Diocese se reuniam em dois pontos: Cacequi e
Bagé, para facilitar e agilizar os encaminhamentos e a presença do Bispo e ou
das Coordenações. Mais tarde também em Livramento. Foi o embrião das Áreas
Pastorais.
Foi
neste período que surgiram os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, organizados
pela Frente Agrária Gaúcha (FAG) e que no município de Bagé teve sua sede na
antiga Casa Paroquial da Trigolândia, já que nesta época a sede da Paróquia foi
transferida para Hulha Negra, que estava se emancipando e cuja criação foi
anulada, depois da vitória do sim e de já estar assinado decreto que criava o
então município de Rio Negro do Sul.
É
o tempo das reciclagens dos padres e religiosos, da elaboração do Plano
Diocesano de Pastoral, a partir da Pastoral de Conjunto. Havia na Diocese
várias organizações pastorais, que eram chamadas de Comissões, a saber: das
Religiosas, Ação Social, Opinião Pública, Catequese, Liturgia, Educação,
Vocações...
No
dia trinta de agosto de 1968 saiu a transferência de D. José Gomes para a
Diocese de Chapecó, em Santa Catarina, onde permanecerá até a sua morte. Ele
está sepultado na Catedral Diocesana daquela cidade catarinense. Para coordenar
a Diocese durante a vacância, o Conselho de Presbíteros elegeu Padre Tarcísio
Utzig, que era o Coordenador Diocesano de Pastoral, cedido que estava pela
Diocese de Passo Fundo, e permaneceu na Diocese até abril de 1971, retornado
após isso às suas origens.