A Bíblia e
o chimarrão
Setembro é lembrado por muitas
comemorações e celebrações. Quero destacar duas neste nosso olhar de fé de
hoje: mês da Bíblia (para os católicos) e a Semana Farroupilha.
O que ambos têm em comum? A
tradição. A hospitalidade. A busca e o cultivo da fraternidade. O criar laços e
construir pontes.
Tomar chimarrão é um hábito e uma
tradição, herdada dos índios e cultivada por todos os gaúchos, sejam
brasileiros ou não. Conhecemos toda a mística do tomar o mate.
É bom tomar mate sozinho.
Principalmente quando queremos estar sós, meditando, estudando, rezando... Nas
madrugadas da vida ou nas solidões dos estudos. Mas é muito bom também sorver o
chimarrão com a família, com os amigos, no lazer ou no trabalho, nas visitas ou
nas reuniões.
O mate aproxima, não afasta ninguém.
Todo mundo, conhecido ou estranho, recebe a cuia, que irmana, cria amizade e
cumplicidade.
Para quem nunca tomou, faz cara estranha,
fala que é “quente, amargo, ruim, horrível...” Mas na medida que vai se
habituando, nunca mais deixa de tê-lo como companhia.
Tudo o que falei acima, vale igualmente
para a Bíblia Sagrada. E ela é a Palavra de Deus.
Para quem nunca ou pouco lê a Bíblia, diz
“que é muito difícil, insossa, não consigo entender o que leio, não tem graça”,
etc... Mas na medida em que a vamos tornando próxima de nós e vamos criando o
hábito da leitura diária e seu, nunca mais a deixamos.
É bom ler a Bíblia sozinho, no silêncio do
quarto ou do escritório, na cozinha ou embaixo de uma árvore ou em outro local.
Até acompanhado de um bom mate. Precisamos dela. Mas melhor ainda é lê-la com
os outros: na família, no grupo de oração ou de estudo, na comunidade, na
Igreja. Para quem não está habituado, vai estranhar nas primeiras vezes. Mas
depois que criar o gosto, nunca mais vai largar. E vai sentir falta quando não
puder participar.
Existem muitos jeitos de se fazer o
chimarrão. Cada um descobre o seu. Não existe uma receita só. Assim também com
a Bíblia. Quero apresentar um jeito. Cada um deve descobrir o seu.
Como ler a
Bíblia
É preciso dedicar um tempo diário para estudar e meditar a
Bíblia: pode ser pela manhã, logo após o acordar; ou, depois do almoço ou da
janta; ou, Antes de dormir; ou, ainda, qualquer outro horário que se adapte ao
seu tempo livre. A quantidade de tempo também pode ser livremente estabelecida:
dez, quinze, trinta minutos ou mais. Quanto mais tempo você tiver, melhor!
É necessário dividir o tempo: um
terço de leitura e dois terços de estudo e oração. Assim se você resolver dedicar quinze minutos diários, use cinco
minutos para leitura e dez minutos para o estudo. Após estabelecer o horário
que melhor o satisfaça, cumpra-o rigorosamente, não esquecendo nem adiando
nenhum dia, mesmo que se sinta cansado. Lembre-se: devemos amar a Deus sobre
todas as coisas!
Com a Bíblia na mão e o caderno de
anotações, inicie o seu estudo com uma oração ao Espírito Santo, pedindo que o
ilumine. Selecione a leitura. Você poderá seguir a sugestão da Igreja e ler as
leituras programadas para o tempo litúrgico ou ler a Bíblia na forma sequencial,
particularmente sugiro que se comece pelo Novo Testamento (este ano estamos
sugerindo o livro do Deuteronômio).
Após a leitura, inicie o estudo, tomando nota das passagens que mais o tocam e
as coloque em prática.