Um Olhar de Fè:
Muito se tem falado sobre violência. Lembro alguns anos atrás, em 1983,
numa Campanha da Fraternidade, se pedia por FRATERNIDADE SIM, VIOLÊNCIA NÃO. O
texto dizia – e já se passaram mais de trinta anos – que a “violência
noticiada, divulgada e transmitida ruidosamente pelos meios de comunicação
social” já é uma forma de violência (TB n.5).
E acrescentava: “violência
é tudo o que fere ou esmaga a dignidade de qualquer pessoa humana. Violência
são todas as formas de violação do corpo, da consciência e da vida: todas as
formas de violação dos direitos humanos” (TB n.4).
Há uma constatação nos
telejornais: ao invés de prestarem um bom serviço à sociedade, se tornaram uma
escola do crime. Independente do horário ou do dia, da cidade ou do
Estado, nossos telejornais (locais ou nacionais) são verdadeiros
repositórios de notícias ruins – crimes, mortes, acidentes, tragédias…
São raros os momentos
em que não vemos a propagação do ódio entre pessoas. Talvez isso só
ocorra na hora de apresentar a previsão do tempo, ou de falar sobre esportes
(desde que não mostre nenhuma agressão). Se tem um “assunto da moda”, de
preferência envolvendo muito sofrimento e brutalidade, aí é que os jornais só
falam sobre isso.
O mais “engraçado” disso tudo é
que a maior parte dos crimes que são noticiados acabam sendo repetidos,
inclusive na forma de atuação, passoapasso, segundo constata Pedro Magalhães Ganem, capixaba, pós-graduado em Processo Civil e pós-graduando em Ciências
Criminais. Por isso, o objetivo de levantar debates acerca das situações
jurídicas (e da vida) que nos incomodam.
E continua ele: mais
parece que os telejornais, ao invés de prestar um bom serviço à
sociedade, se tornaram uma escola do crime. Não sabe como praticar
determinado crime?! Assista aos telejornais, pois eles te dirão como fazer!
E acrescenta: “Tento
entender qual a necessidade de passar a reconstituição de crimes bárbaros em rede
nacional e, o mais impressionante, a perseguição policial (que pode resultar,
como resultou, na exibição de um homicídio ao vivo), com direito a narrador,
comentarista esportivo e de arbitragem, além dos repórteres de campo. Na
verdade, o mais triste nem é ver na televisão (24 h por dia) essas aulas de
prática criminosa. O pior mesmo é saber que isso é muito noticiado por ter
público para assistir (ô se tem!).
Nenhum comentário:
Postar um comentário