quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Caminho da santidade


             No dia catorze de outubro, o Papa Francisco colocou na lista (=cânon) da Igreja Católica mais sete nomes, cuja santidade foi reconhecida, entre eles o Papa Paulo VI e o mártir de El Salvador Oscar Arnulfo Romero.
              A Diocese de Bagé recebeu documento da Congregação da Causa dos Santos, enviado ao seu bispo, hoje emérito, Dom Gilio Felício: “Em carta do dia 01 de fevereiro de ano de 2017, Vossa Excelência pede se desde esta Congregação para a Causa dos Santos, da parte da Santa Sé, há algum impedimento à Causa de Beatificação e Canonização do Servo de Deus José Tiarajú, dito Sepé, leigo cristão, que morreu no ano do Senhor de 1756.  
               Estudado o assunto, apraz-me notificar em resposta a Vossa Excelência, de parte da Santa Sé, nada obstar (“nihil obstare”) que em relação à Causa de Beatificação e Canonização do mesmo Servo de Deus José Tiarajú se possa realizar o processo, dando atenção às “Normas para observar na Instrução Diocesana das Causas dos Santos”, documento publicado pela própria Congregação em 7 de Fevereiro de 1983.”
            Na recente Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo atual, logo no primeiro parágrafo, o Papa Francisco escreve que “o Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”. E este caminho à santidade é para todos e todas, procurando inseri-lo no contexto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós “para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4).
            Santidade deve-se entender não como passividade ou ausência de defeitos. O conceito de santidade, na Bíblia e na teologia, é um convite para todos os cristãos percorrerem este caminho, na fidelidade ao projeto de Deus e sempre na defesa da vida.
            Ao longo da História da Salvação, temos várias testemunhas que nos encorajam a que “corramos com perseverança na competição que nos é proposta” (Hb 12,1): fala-se em Abraão, Sara, Moisés, Gedeão e vários outros (Hb 11). Mas, sobretudo, somos convidados a reconhecer-nos “com tamanha nuvem de testemunhas”, que incitam a não deter-nos no caminho, que nos estimulam a continuar a correr para a meta.
            A santidade é para nós um caminho, uma meta. Os santos, que já chegaram à presença de Deus, mantêm conosco laços de amor e comunhão, diz Papa Francisco. Atesta-o o livro do Apocalipse, quando fala dos mártires intercessores: “Vi debaixo do altar aqueles que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que tinham dado” (6,9-10).
         Papa Francisco lembra que “nos processos de beatificação e canonização levam-se em consideração os sinais de heroicidade na prática das virtudes, o sacrifício da vida no martírio e também os casos em que se verificam um oferecimento da própria vida pelos outros, mantido até a morte. Essa doação manifesta uma imitação exemplar de Cristo, e é digna de admiração dos fiéis” (n. 5). E cita o Moto Proprio Maiorem hac dilectionem, de 11 de julho de 2017: “Em todo o caso, supõe-se que haja fama de santidade e uma prática das virtudes cristãs, pelo menos em grau ordinário”.





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