No
dia catorze de outubro, o Papa Francisco colocou na lista (=cânon) da Igreja
Católica mais sete nomes, cuja santidade foi reconhecida, entre eles o Papa
Paulo VI e o mártir de El Salvador Oscar Arnulfo Romero.
A Diocese de Bagé recebeu documento
da Congregação da Causa dos Santos, enviado ao seu bispo, hoje emérito, Dom
Gilio Felício: “Em carta do
dia 01 de fevereiro de ano de 2017, Vossa Excelência pede se desde esta
Congregação para a Causa dos Santos, da parte da Santa Sé, há algum impedimento
à Causa de Beatificação e Canonização do
Servo de Deus José Tiarajú, dito Sepé, leigo cristão, que morreu no ano do
Senhor de 1756.
Estudado o assunto, apraz-me notificar em resposta a
Vossa Excelência, de parte da Santa Sé, nada obstar (“nihil obstare”) que em
relação à Causa de Beatificação e Canonização do mesmo Servo de Deus José
Tiarajú se possa realizar o processo, dando atenção às “Normas para observar na
Instrução Diocesana das Causas dos Santos”, documento publicado pela própria Congregação em 7 de Fevereiro de 1983.”
Na recente Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, sobre o chamado à
santidade no mundo atual, logo no primeiro parágrafo, o Papa Francisco escreve
que “o Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade
para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com
uma vida medíocre, superficial e indecisa”. E este caminho à santidade é para
todos e todas, procurando inseri-lo no contexto atual, com os seus riscos,
desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós “para sermos
santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4).
Santidade deve-se entender não como
passividade ou ausência de defeitos. O conceito de santidade, na Bíblia e na
teologia, é um convite para todos os cristãos percorrerem este caminho, na
fidelidade ao projeto de Deus e sempre na defesa da vida.
Ao
longo da História da Salvação, temos várias testemunhas que nos encorajam a que
“corramos com perseverança na competição que nos é proposta” (Hb 12,1): fala-se
em Abraão, Sara, Moisés, Gedeão e vários outros (Hb 11). Mas, sobretudo, somos
convidados a reconhecer-nos “com tamanha nuvem de testemunhas”, que incitam a
não deter-nos no caminho, que nos estimulam a continuar a correr para a meta.
A santidade é para nós um caminho,
uma meta. Os santos, que já chegaram à presença de Deus, mantêm conosco laços
de amor e comunhão, diz Papa Francisco. Atesta-o o livro do Apocalipse, quando
fala dos mártires intercessores: “Vi debaixo do altar aqueles que tinham sido
imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que tinham dado”
(6,9-10).
Papa
Francisco lembra que “nos processos de beatificação e canonização levam-se em
consideração os sinais de heroicidade na prática das virtudes, o sacrifício da
vida no martírio e também os casos em que se verificam um oferecimento da
própria vida pelos outros, mantido até a morte. Essa doação manifesta uma
imitação exemplar de Cristo, e é digna de admiração dos fiéis” (n. 5). E cita o
Moto Proprio Maiorem hac dilectionem, de
11 de julho de 2017: “Em todo o caso, supõe-se que haja fama de santidade e uma
prática das virtudes cristãs, pelo menos em grau ordinário”.
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