terça-feira, 17 de abril de 2018

O Bom Pastor



Um homem muito rico morreu e foi recebido no céu. Lá o anjo levou-o por uma alameda e foi lhe mostrando as casas e moradias. Passaram por uma linda casa com belos jardins. O homem perguntou: - Quem mora aí? O anjo respondeu: - Aqui mora seu motorista que morreu no ano passado. Ele trabalhava com os meninos de rua nas horas vagas. Logo a seguir surgiu outra casa ainda mais bonita. - E aqui, quem mora? - perguntou o homem. O anjo respondeu: - Aqui é a casa da sua cozinheira, aquela que achava tempo para cuidar dos vizinhos doentes e idosos, lembra? O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados magníficas residências, sua morada deveria ser no mínimo um palácio. Estava ansioso por vê-la. Nisso o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas e disse: - Esta é a sua casa! O homem ficou indignado: - Como é possível! Vocês sabem construir coisa muito melhor. - Sabemos - responde o anjo - mas nós construímos apenas a casa. O material é você mesmo que seleciona e nos envia. Você só enviou isso!

            Um dos textos que nos chamam a atenção nos Evangelhos é o capítulo dez de João, que fala sobre o Bom Pastor. Jesus faz a comparação dos bons pastores e dos mercenários, aqueles que só trabalham por dinheiro ou por vantagens pessoais. Ele explica que o Bom Pastor é aquele que é capaz de dar a vida por suas ovelhas.
Com a imagem do pastor capaz de dar a vida pelas suas ovelhas, Jesus nos dá um cativante exemplo de vida a serviço, voltada para o bem dos mais fracos. E este “dar a vida” não se torna um peso, um sacrifício, mas sim alegria: quem se doa, gosta do que faz. Quem cuida de alguém ou faz qualquer outro tipo de trabalho por amor sabe bem o que isso representa.
Numa família, numa comunidade, numa pastoral, num ambiente de trabalho há pessoas em posição de liderança. Podem e devem ser bons pastores, voltados para as necessidades dos que recebem seu serviço.  Ou podem ser pastores mercenários, preocupados em levar algum tipo de vantagem, pensando não necessariamente em dinheiro mas também em prestígio, poder, vaidade... Quem já viveu a experiência de ter os dois tipos de pastores sabe como a atitude básica do líder faz diferença no bem estar e nas relações humanas do grupo. Mas há um outro lado: o bem estar e a satisfação do próprio líder (que pode ser o padre, os pais de família, um coordenador, professor...). O bom pastor se gasta para conhecer suas ovelhas, mas é por elas conhecido. Dá e recebe de forma saudável, positiva. Ninguém perda nada. No fim das contas, todos saem ganhando, como acontece sempre que se vive do jeito certo.
Na verdade, o tempo que perdemos com um trabalho, com um amigo ou amiga, com os filhos e comunidade, é que faz as coisas se tornarem importantes, queridas, fontes de emoção e felicidade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário