A
vida é dinâmica. Está em constante mudança. E o ser humano tem a grande
capacidade de se adaptar ao tempo e ao espaço. “Eu sou eu e minhas circunstâncias”, dizia o grande filósofo
espanhol Ortega y Gasset. Não podemos viver sem a realidade que nos rodeia e o
tempo e o espaço que nos acolhe. O ontem já foi, o hoje vivemos e o amanhã
devemos preparar.
Dentro
da reflexão vocacional, somos tentados a pensar que Deus parou de chamar
operários para sua messe, pois parece que os operários estão diminuindo. Seria
verdade? Deus parou mesmo de chamar?
E
a resposta parece clara: não! Deus não parou de chamar. Ele continua chamando,
planta diariamente no coração de muitos um convite especial: “Vem e segue-me!”
Não
falta chamado: falta adesão, falta coragem, falta coração atento, faltam
ouvidos afiados. No mundo de hoje são tantas as vozes que chamam, são tantas as
propostas, que o convite de amor de Deus acaba por não ser ouvido, e mesmo que
o jovem o ouça, é grande a dificuldade em dizer o sim.
Não
foram somente as vocações sacerdotais e ou religiosas que aparentemente
diminuíram. Foram também os números de casamentos e o número de filhos. Qual a
causa? Ouve-se as pessoas, especialmente os mais jovens, falar que “para
sempre” é muito tempo. Parece que um compromisso por uma vida toda assusta
muitos.
A
mentalidade presente em nossa sociedade é o do “ficar”, viver o hoje sem tantas
responsabilidades e ou compromissos. É uma mentalidade do descartável, do usar
enquanto convém, do estar junto enquanto nos dá prazer. O Papa Francisco sempre
nos alerta para o perigo de um mundo que só vê o utilitarismo, o consumo, o
prazer. Tudo isso leva a descartar quem não mais “serve”, quem “atrapalha”,
quem nos “prende”.
Deus
parou de chamar? Claro que não. Ele continua passando no meio de nós e fazendo
sua proposta, que pede de nós uma resposta. Ele continua chamando, mas a
semente plantada parece sufocada, sobretudo pelo medo de ser diferente.
É
preciso criar um clima favorável para ouvir a voz do Senhor que chama. O mundo
tem muitas propostas, que abafa a voz do chamado ou a confunde. O mundo tem
tantas luzes, que a Luz verdadeira acaba ficando ofuscada ou confundida.
Precisamos
viver a alegria do amor, testemunhar a felicidade do chamado. Quando acertamos
no caminho, chegamos mais facilmente ao destino de nossa caminhada. Quando
acertamos a vocação, seremos muito mais felizes e vibrantes pela causa do Reino
de Deus.
Deus
continua chamando. Saibamos sintonizar a sua frequência para ouvi-lo com
atenção e divulga-lo com muita paixão.
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