“Quero
lembrar os fatos que
aconteceram naquele dia, quando por entre as redes, aquela imagem aparecia. Vendo
surgir das águas a tosca imagem de negra cor, agradeceram todos à mãe de cristo
por tanto amor.” (Padre Zezinho)
Com
a festa dos 300 anos de Aparecida, está encerrando o Ano Nacional Mariano. Ano
que nos fez ver mais de perto e cantar juntos as graças que foram alcançadas e
as bênçãos derramadas sobre seus devotos e sobre a nação brasileira.
“Torno a lembrar os fatos que agora
tocam a tanta gente; esta senhora humilde, de cor morena, se fez presente uma
nação, aonde imperava a mancha da escravidão. Nossa Senhora escura nos diz que
o cristo nos quer irmãos.”
A manifestação simbólica e real de
Maria ao longo da história vem confirmar a predileção da mãe pelos seus filhos
pequenos e mais sofridos. No México, quando os colonizadores espanhóis estavam
dizimando os povos daquela região, ele aparece morena, da cor do povo indígena
que habitava aquela terra, como sendo a Senhora de Guadalupe, a mãe que vem em
socorro dos pequenos e fracos.
No Brasil do
século dezoito, quando a escravidão africana era mais cruel e intensa, ela
surge das águas, qual a pesca milagrosa do evangelho, negra, assumindo a
negritude e se colocando ao lado dos excluídos e machucados de toda dignidade.
Veio trazer vida e dignidade, colocando-se silenciosamente ao lado dos
pequenos. Sua imagem fala e foi um grito de liberdade contra todas as
escravidões e opressões.
“Hoje,
que eu vejo gente voltar contente de Aparecida, penso na minha Igreja com os
pequenos comprometida. Penso nas diferenças que ainda ferem o meu país, peço
que a mãe do Cristo conduza o povo ao final feliz.”
O cântico do Magnificat resume toda a atuação de Deus na história da humanidade.
E coloca a “bendita entre as mulheres” como sendo a porta-voz do Deus que olha
para “a pequenez de sua serva” e para o sofrimento do seu povo, de ontem e de
hoje também. E renova a esperança dos pequenos, que “derruba dos tronos os
poderosos e eleva os humildes, sacia de bens os famintos e despede os ricos sem
nada”.
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